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Mostrando postagens de março, 2013

O sequestro da Petrobras

Por Saul Leblon , na Carta Maior É preciso evitar que a agenda da crise paralise e ensombreça o Brasil. Quem adverte são economistas simpáticos ao governo, preocupados com a prostração em que se encontra o debate do desenvolvimento. Seriam eles os últimos a subestimar o teor sistêmico da desordem internacional, cuja implosão, na verdade, previram e advertiram. Mais que isso. Atuam para mitigar seus efeitos no país. São ouvidos e consultados pelo governo na implantação de contrapesos estratégicos. Baixar as taxa de juros, reduzir o superávit primário e corrigir o câmbio, por exemplo. No limite, se necessário, adequar a meta de inflação. O fundamental é assegurar a travessia do colapso mundial sem trazer a crise para dentro do Brasil, como anseia o conservadorismo. A agenda mercadista mal disfarça esse propósito. Com os meios generosos a sua disposição, difunde a fatalidade cinza em cada esquina. A ênfase sobressaltada atende a interesses de bolso, ideologia e palanqu

Globo consegue o que a ditadura não conseguiu: calar imprensa alternativa

Por Luiz Carlos Azenha Meu advogado, Cesar Kloury, me proíbe de discutir especificidades sobre a sentença da Justiça carioca que me condenou a pagar 30 mil reais ao diretor de Central Globo de Jornalismo, Ali Kamel, supostamente por mover contra ele uma “campanha difamatória” em 28 posts do Viomundo, todos ligados a críticas políticas que fiz a Kamel em circunstâncias diretamente relacionadas à campanha presidencial de 2006, quando eu era repórter da Globo. Lembro: eu não era um qualquer, na Globo, então. Era recém-chegado de ser correspondente da emissora em Nova York. Fui o repórter destacado para cobrir o candidato tucano Geraldo Alckmin durante a campanha de 2006. Ouvi, na redação de São Paulo, diretamente do então editor de economia do Jornal Nacional, Marco Aurélio Mello, que tinha sido determinado desde o Rio que as reportagens de economia deveriam ser “esquecidas”– tirar o pé, foi a frase — porque supostamente poderiam beneficiar a reeleição de Lula. Um importante repórte

Globo tem medo da internet

Por Pedro Rafael , no jornal Brasil de Fato Um dos espaços mais fortes de contraponto à hegemonia dos grandes meios de comunicação são os blogs de jornalistas e ativistas espalhados pela internet. A velocidade da rede e a capacidade de disseminação de informações têm provocado reações que revelam o verdadeiro compromisso dos empresários da mídia com a liberdade de expressão. Na mais recente investida contra blogueiros, na semana passada, o diretor de jornalismo da TV Globo, Ali Kamel, venceu em segunda instância o processo que move contra Rodrigo Vianna, repórter da TV Record e dono do blog Escrevinhador, que chega a ter mais de 30 mil acessos diretos por dia. O blogueiro, que foi repórter da Globo e saiu justamente por discordar da cobertura parcial da emissora nas eleições presidenciais de 2006 – em favorecimento à candidatura do PSDB – pode ser obrigado a pagar uma salgada indenização apenas porque exerceu o “sagrado” direito constitucional da livre opinião. O problema é que foi

Centro de mídia alternativa promove curso de comunicação

Do sítio do Centro de Estudos Barão de Itararé De 8 a 12 de maio, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé realiza o 1º Curso Nacional de Comunicação. O objetivo de curso é promover debates e oficinas práticas que contribuam para a capacitação de jornalistas, blogueiros, ativistas digitais e comunicadores sociais, no sentido de fortalecer a mídia comunitária, sindical e alternativa. O curso acontecerá em São Paulo, no Leques Brasil Hotel (Rua São Joaquim, 216, Metrô São Joaquim, São Paulo). As vagas são limitadas (120) e para participar os interessados (entidades e/ou indivíduos) devem fazer sua inscrição através do formulário digital ou enviando um e-mail para contato@baraodeitarare.org.br. As inscrições se encerram em 30 de abril. Há duas taxas diferenciadas de inscrição: para os participantes que não precisam de hospedagem (neste caso o valor é de R$ 300,00 e inclui refeição e logística), e para os participantes que precisam de hospedagem (neste caso o valor é

Jovens exigem reformas estruturais

Por Vivian Fernandes , sítio do MST: Da praça da Sé à praça da República, cerca de 1 mil jovens percorreram as ruas do centro da cidade de São Paulo, nesta terça-feira (26), em defesa da ampliação de recursos para educação, do fim da violência contra os jovens pobres, especialmente negros, da democratização dos meios de comunicação e da Reforma Agrária. A marcha, que encobriu com seus gritos e canções o som do trânsito paulistano por toda a manhã, faz parte da Jornada de Nacional de Lutas da Juventude. As organizações que promovem jornada, que vai até 11 abril, realizarão ações em mais de 15 estados do país. As bandeiras que os jovens traziam em punho representavam as várias organizações que construíram o ato, como a União Nacional dos Estudantes (UNE), o Levante Popular da Juventude, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Nação Hip Hop Brasil, o Fora do Eixo, a Marcha Mundial das Mulheres e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES). O presidente d

Brasil perde um dos seus mais importantes cientistas sociais

Por Ricardo Cavalcanti-Schiel Faleceu por volta das 21:30 do dia 26 de março de 213, vítima de um acidente de trânsito no Km 92 da Rodovia Bandeirantes, o diretor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, Prof. Dr. John Manuel Monteiro, quando regressava da universidade para sua residência em São Paulo. Historiador e antropólogo, John Monteiro foi um pioneiro na construção do campo temático da história indígena no Brasil, não apenas produzindo uma obra analítica densa e relevante, como também criando e estimulando a abertura de espaços institucionais e de interlocução acadêmica sobre o tema. Não seria exagerado dizer que foi em larga medida por conta do seu esforço dedicado que esse campo de estudos foi um dos que mais cresceu no âmbitos das ciências humanas no país desde a publicação do seu já clássico “Negros da Terra: Índios e Bandeirantes nas Origens de São Paulo” (1994) até o momento. Tendo tido toda sua formação acadêmica nos Estados Unidos (graduado pelo Col

Brics: a nova revolução mundial

Por Mauro Santayana Começou ontem, e se encerra hoje, em Durban, na República Sul-Africana, a quinta Cúpula Presidencial dos Brics - aliança que une o Brasil à Rússia, Índia, China e África do Sul. Durante o encontro, como estava previsto, se realiza um fórum, sob o tema “Brics e África - Associação para a Cooperação, Integração, Industrialização e Desenvolvimento”, com a participação dos líderes, convidados, de 20 países do continente. De acordo com a imprensa sulafricana, já foi aprovada pelos chefes de Estado, e será destaque na Declaração Conjunta que será divulgada hoje, a criação de um Banco de Desenvolvimento para os Brics, nos moldes do Banco Mundial, com capital inicial de 50 bilhões de dólares; um acordo de swap no valor de 100 bilhões de dólares, para empréstimo conjunto de recursos em caso de crise, nos moldes do que faz o FMI; e uma troca de moedas entre o Brasil e a China, por três anos, em valor equivalente a 30 bilhões de dólares por ano. A providencia garantirá o c

Chipre: paraíso fiscal virou pesadelo

Por J. Carlos de Assis , no sítio Carta Maior Em algum momento algo como a crise de Chipre teria de acontecer para expor ao mundo, de forma pedagógica, a monstruosidade que se tornou o sistema financeiro internacional. Chipre é uma ilha insignificante do Mediterrâneo com um PIB de pouco mais de 10 bilhões de euros. Nada que tenha acontecido ali deveria, em tese, abalar o sistema bancário europeu, mesmo que o montante de seus ativos financeiros especulativos atinja cerca de 8 vezes o PIB. Contudo, a estupidez alemã transformou a crise nessa ilha de fantasia, nada mais que um paraíso fiscal para magnatas russos, num bumerangue com potencial de reverter sobre a Europa e o mundo. Foram os alemães como mandantes nos bastidores da troika – Comissão Europeia, BCE e FMI – que tiveram a ideia fantástica de exigir como garantia de um empréstimo de 10 bilhões de euros para estabilizar o sistema bancário cipriota um imposto excepcional sobre depósitos em seus principais bancos. O imposto deve

Um documento histórico: como o Brasil estava sendo liquidado

Memorando de política econômica Memorando oficial, chamado de “Ajuste Fiscal”, da equipe econômica de FHC, do qual José Cerra era o “Grande Planejador”, datado de 08/03/1999, para o FMI. Este memorando está até hoje no site do Ministério da Fazenda no endereço:  http://www.fazenda.gov.br/portugues/fmi/fmimpe02.asp Passa a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal nos cobres. I. Antecedentes 1. Os desenvolvimentos econômicos que levaram à formulação do programa do governo brasileiro apoiado pelo FMI Banco Mundial BID BIS e pela maioria dos países mais industrializados foram delineados no memorando de políticas econômicas anexo à carta de 13 de novembro de 1998 em que se solicita um Acordo Stand-By junto ao Fundo. O Governo brasileiro reafirma o seu compromisso com as referidas políticas que foram modificadas na forma indicada abaixo de modo a adaptá-las ao novo regime cambial. 2. O Governo logrou inicialmente implementar com sucesso os elementos do pacote fis

A inspiração ideológica da mídia

Por Roberto Amaral , na revista Carta Capital Não se discute o reacionarismo da "grande imprensa" no Brasil (eu havia escrito "da imprensa brasileira", mas pensei melhor); a questão é seu entranhado entreguismo, pois, para ser de direita não precisa ser entreguista. A imprensa dos EUA, por exemplo, embora conservadora, é nacionalista… É este, aliás, o único ponto em que a imprensa aqui instalada se afasta de sua congênere norte-americana: vive de costas para os interesses nacionais. A explicação, porém, é fácil: no reverso, para atender aos interesses dos EUA (mais precisamente da dupla Pentágono-Departamento de Estado, e, logo, Departamento de Comércio), ela, essa imprensa, precisa ser antinacional. Por isso, em seu viés, o Brasil pode até crescer, desde que jamais ouse deixar de ser "quintal" do grande "irmão do Norte". Pode até ser rico, o Brasil, para poder ser bom comprador; contanto que jamais ouse qualquer arroubo de autonomia. Nossa

O sadismo dos torturadores

Por Júlia Rabahie , na Rede Brasil Atual Novos depoimentos de ex-militantes reforçam a dose de sadismo dos torturadores de presos políticos no final da década de 1960, além de trazerem à tona detalhes sobre a morte de Virgílio Gomes da Silva, o comandante Jonas, em setembro de 1969. Os militantes, assim como Virgílio, faziam parte da Ação Libertadora Nacional (ALN), uma das principais organizações guerrilheiras de combate à ditadura brasileira (1964-85). Antônio Carlos Fon, Celso Horta e Manuel Cirillo participaram esta semana da audiência pública da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva, na Assembleia Legislativa, para depor sobre a morte de comandante Jonas, torturado em um dos porões da ditadura, a Operação Bandeirantes (Oban). A Oban se tornaria depois o Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) de São Paulo. “O capitão Albernaz era o mais violento e o mais doente de todos eles. Ele simbolizava muita coisa, a

Os direitos da mulher na hora do parto

Por  Carol Scorce Deborah Delage diz que mulher não tem autonomia sobre escolhas na gestação e no parto. Maioria das gestantes é levada a optar por cesariana sem que o procedimento seja necessário. Deborah Delage é militante dos direitos da mulher no parto, causa muito atual no Brasil, País recordista mundial em cesarianas. De acordo com o Ministério da Saúde, 43% dos partos são cesarianas. A recomendação da Organização Mundial da Saúde é que essa porcentagem não ultrapasse os 15%. Na rede médica privada, o percentual é maior ainda: cerca de 80% dos partos feitos por convênios ou particulares são cesarianas. Deborah é cirurgiã dentista por formação e se especializou em saúde pública. Quando engravidou da primeira filha, descobriu que a mulher não tem autonomia sobre as escolhas na gestação e no parto. Ela concedeu a seguinte entrevista ao ABCD MAIOR. Quais direitos são retirados da mulher na hora do parto? DEBORAH DELAGE - São muitos. No setor público, não se cumpre o direito a

Uma homenagem a Josué de Castro

Do site do Projeto Memória O COMEÇO DE TUDO NO RECIFE Em 5 de setembro de 1908, nascia Josué Apolônio de Castro, filho único de Manoel Apolônio de Castro e de Josepha Carneiro de Castro, na cidade de Recife. O pai de Josué veio com a família de Cabaceiras, no alto sertão paraibano, durante a grande seca de 1877. Era proprietário de terras e mercador de gado e leite. Josepha Carneiro, também conhecida como “Dona Moça”, era filha de senhor de engenho da zona da mata pernambucana, e tornou-se professora em Recife. Pernambuco daquela época não apresentava diferenças consideráveis em relação ao restante do Nordeste brasileiro, estagnado economicamente e com sua gente sofrida. A situação agravava-se em conseqüência das terríveis secas que se sucederam no final do século XIX. Só na grande seca de 1877 a 1879 morreram cerca  de 300 mil pessoas.  As secas continuaram se repetindo em 1888/89 e 1898/1900, afetando a população trabalhadora do sertão que completava séculos, quase três, de l

Regulação da mídia, urgente e necessária: Patifarias sobre a liberdade de imprensa

Por Paulo Nogueira , no blog Diário do Centro do Mundo: E eis que o mundo todo discute os limites da mídia. A discussão mais rica se dá no Reino Unido. O juiz Brian Leveson fez recomendações depois de ficar mais de um ano ouvindo pessoas de alguma forma envolvidas com a mídia. Políticos, jornalistas, donos de empresas de jornalismo, celebridades cuja privacidade desapareceu, cidadãos comuns cuja vida a imprensa transformou num inferno – Leveson teve material para publicar um relatório de 2 000 páginas. A recomendação principal: a formação de um órgão regulamentador independente. A auto-regulamentação foi um fracasso, e as provas disso estão no comportamento da própria mídia britânica. Para ficar num só caso. A ex-rainha dos tabloides, Rebekah Brooks, a queridinha de Rupert Murdoch, está escrencadíssima na justiça britânica. Rebekah está sendo processada sob duas acusações: a) esconder provas no caso de invasão de caixas postais; b) subornar policiais. Fiscais não se auto-fisc

A canastrice dos sete dispositivos da propaganda

Por Wilson Roberto Vieira Ferreira Em 1940 um artigo denunciava os chamados “sete dispositivos da Propaganda” e exortava os leitores a detectá-los por ser uma necessidade absolutamente vital para não serem enganados. Setenta e três anos depois esses dispositivos continuam ativos apesar da absoluta obviedade, exagero, “overacting” e, principalmente, canastrice dos intérpretes desses verdadeiros scripts que são reeditados sob uma roupagem moderna e descolada por marqueteiros e publicitários. Como é possível que depois de tanto tempo esses dispositivos continuem na linguagem da mídia, da Política, do Marketing e da Publicidade? E, apesar da explícita natureza fake e não-espontânea desses dispositivos, continuam a pautar a sociedade e conquistar corações e mentes. Qual a causa dessa invasão da canastrice na política e na esfera pública? Nesse final de semana um amigo mostrou-me um antigo exemplar de uma revista de artes gráficas norte-americana chamada “Print - A Quartely Journal of th

Pobre discussão

Por Delfim Netto Quando, há um ano e meio, o Banco Central iniciou o cuidadoso procedimento de redução da taxa de juros, abriu-se um espaço para a multiplicação de análises interessadas em atacar a política. A expectativa era produzir um nível de descrédito capaz de interromper o processo. Basicamente, as análises favoráveis à manutenção dos altos juros pretendiam convencer a sociedade de que sem eles seria impossível controlar a inflação. A inflação tem causas estruturais muito mais complexas do que aquelas passíveis de correção com a elevação dos juros O governo insistiu, contudo, na política de trazer o juro o mais próximo possível dos níveis internacionais, por entender ter esse um espectro de influência sobre o sistema econômico que transcende seu papel de estabilizar a inflação. Manter um juro real baixo é fundamental para estimular a retomada dos investimentos privados. E um fator decisivo para aumentar a capacidade do investimento público nos empreendimentos vitais para a

Precedente inglês já coloca veja em pânico

A ideia começa a ganhar corpo. A regulação da mídia é fundamental. Vale a pena ver esta fala do Senador Collor, sim ELLE, sobre a revista Veja e o Grupo Abril. A bandidagem é grande. É triste ver a relação do Procurador Geral de Justiça e sua esposa, também procuradora de justiça e o jogo do poder com a imprensa. http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=y1SzYlAe8yU#at=321 Do Jornal 247 A decisão do parlamento inglês, país com tradição libertária muito maior do que o Brasil, de criar um órgão externo para fiscalizar as atividades dos meios de comunicação assusta a Editora Abril; segundo Veja, será usada pelos "liberticidas" para constranger a imprensa livre; na Inglaterra, Rebekah Brooks, ex-diretora do News of the World, de Rupert Murdoch, será investigada pelo esquema de grampos ilegais liderado pelo extinto jornal; no Brasil, Carlos Cachoeira realizava os grampos ilegais e, com seu braço na mídia, liderado por Policarpo Júnior, de Veja, press

A fome que dá lucro

Por Jorge O. Romano O noticiário em todo o mundo aponta para uma alta generalizada de preços, dando especial ênfase ao aumento do petróleo e dos alimentos básicos de consumo. As manchetes destacam que, em 2007, a inflação nos Estados Unidos foi de 4,1% e, nas nações em desenvolvimento, 6,69%. Em 2008, atingiu 3,7% na Comunidade Européia, o maior nível dos últimos 15 anos. No Brasil chegou a 5,41%. Assim, a inflação, e não o crescimento, está se transformando na principal preocupação em nível macroeconômico global. “O dragão que parecia domado nos anos 1990 escapou da jaula”, destacava a revista Carta Capital em 28 de maio. Nas commodities minerais, o aumento do petróleo superou todas as expectativas. Em junho de 2008, o valor do barril atingiu U$ 140, o quádruplo de 2003. Por sua vez, os principais grãos como trigo, milho, arroz e soja em média dobraram de preço no mercado internacional entre a safra de 2006 e hoje. A “aginflação”, ou seja, a influência do aumento dos alimentos na

Por que os fundamentalistas de livre mercado creem que 2013 será o melhor ano de todos

Comentário de Hélvio Rech Os atuais apologistas do mercado, em um sequestro ideológico sem precedentes, explicam a crise de 2008: não foi o fracasso do livre mercado que a provocou, mas sim a excessiva regulação estatal. Nenhuma novidade nisso: Karl Polanyi em seu magistral livro “A GRANDE TRANSFORMAÇÃO” fez uma original explicação sobre a crise que destruiu a “civilização liberal” do século dezenove. Na grande crise de 1929 havia os teóricos que afirmavam que a origem e, sobretudo, a intensidade da crise estava no fato de que as medidas liberais não haviam sido aplicadas em sua totalidade. Aliás, um argumento utilizado para explicar a crise do apagão de 2002 no Brasil, de que a receituário, agora denominada de “neoliberal” não tinha avançado o suficiente. Diziam que  o problema não é o excesso de mercado, mas sua falta. É preciso avançar nas privatizações e desregulamentação da economia. Esse é o passaporte para o paraíso. A história mostrou o contrário. Por Slavoj Zizek A ed

O ritual é a malhação

Por Herbert Vianna Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém, nem falar do que não sei, nem procurar culpados, nem acusar ou apontar pessoas, mas ninguém está percebendo que toda essa busca insana pela estética ideal é muito menos lipo-as e muito mais piração? Uma coisa é a saúde e outra é obsessão. O mundo pirou, enlouqueceu. Hoje, Deus é a auto-imagem. Religião é a dieta. Fé, só na estética. Ritual é a malhação. Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor é ridículo e sentimento é bobagem. Gordura é pecado mortal. Ruga é contravenção. Roubar pode, envelhecer não. Estria é caso de policia. Celulite é falta de educação e Filho da Puta bem sucedido é exemplo de sucesso. A máxima moderna é uma só: pagando bem, que mal tem? A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz, não pensa em mais nada além da imagem, imagem, imagem, imagem, estática, medidas, beleza. Nada mais importa. Não importam os sentimentos, não importa a cultura, a sabedoria, o relacioname