Do Jornal GGN
Uma equipe de
pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências, em Pequim, desenvolveu uma nova
forma de remover qualquer tipo óleo da água, com uma taxa de eficácia que chega
a 99% e que pode ser um alento a desastres ambientais de grande escala, como
vazamento de petróleo em mares e oceanos. Em seu artigo publicado na revista
Nature Communications, a equipe de cientistas afirma que a tecnologia, batizada
de “pele de cactos”, é inspirada na forma pelo qual essas plantas conseguem
extrair água do ar em regiões muito áridas.
Graças à evolução, os
cactos obtêm água do ar por meio de espinhos espalhados ao longo de sua
superfície. Essas formações pontiagudas permitem que o líquido se condense, ao
mesmo tempo que as gotículas formadas são forçadas a escorrer para a base dos
espinhos. Esse fenômeno é explicado pela própria tensão superficial da água.
Uma vez escorridas para a base dos espinhos, as gotículas são absorvidas pelos
poros da planta.
Por meio dessa mesma
lógica, os pesquisadores chineses desenvolveram um sistema composto por
espinhos artificiais de cobre e de outros materiais sintéticos que executam a
mesma função. A diferença é que, em vez de água do ar, o sistema extrai óleo
quando imerso na água. O método é resultado de uma pesquisa anterior que
mostrou que, quando o petróleo é derramado no oceano, parte dele flutua na
superfície, mas outra parte reage com a água do mar e forma gotículas
microscópicas que são pesadas demais para flutuar.
Desse modo, boa parte do
óleo vazado vai parar no fundo do oceano. Para capturar as gotículas, a equipe
criou uma cadeia de espinhos de cobre de cinco milímetros de comprimento
dispostas em uma estrutura central. O conjunto suga a água e as gotículas, que
percorrem a estrutura a uma velocidade de dois milímetros por segundo. Assim,
da mesma forma que o cacto, o dispositivo extrai as gotículas de óleo da água e
as capta para denro da estrutura.
O método foi testado em
simulações de vazamentos com inserção de óleo em água e por meio do uso de
tecnologia ultrassom para facilitar a geração das gotículas microscópicas.
Segundo os pesquisadores, os testes executados até agora mostraram que o
dispositivo foi capaz de extrair até 99% do óleo misturado à água, e que o método
funciona com praticamente qualquer tipo de óleo.
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