Pular para o conteúdo principal

Sobre o apoio da Globo às manifestações

Por Osvaldo Ferreira
A Globo hoje, desde à tarde apoiando as movimentações nas cidades brasileiras.
Alguém já viu a Globo gostando de povo nas ruas? A Globo apoiou e se tornou o que é hoje por conta de sua parceria com os gorilas que mataram, torturaram e estupraram milhares no Brasil!
No Jornal da Globo, canal pago, voltado para a classe média e alta (para quem pode pagar esses serviços), Paulista como pano de fundo, torre da FIESP iluminando a bandeira do Brasil e os “especialistas” num discurso uníssono de que o governo federal é corrupto, que perdeu o controle e repercutindo as análises internacionais.
Antes, na mesma Globo News, apenas um jornalista se insurgiu contra o incêndio de um carro de geração de imagens da Record, que os vândalos puseram fogo ao lado da prefeitura.
Antes, na mesma Globo News, imagens mostrando fascistas depredando o prédio da Prefeitura de São Paulo e perguntando, onde está o Haddad. Nada de polícia de São Paulo para reprimir os vândalos.
Depois, noticiário econômico criando o pânico, e continuam.
Os urubus se aproveitando de um movimento legítimo e de massas para seus propósitos políticos....eleger o playboy das Minas Gerais. Ninguém chama a oposição para falar sobre os protestos. Ficam felizes com a ocupação do Congresso. Corrupção é o mote da Globo.
A Globo se apropriou totalmente de um movimento digno, político, juvenil e maravilhoso para seus objetivos que são os piores. A Globo é um monopólio midiático que apoiou e elegeu Collor. A Globo abomina os pobres e sua luta por melhores condições de vida. A Globo manipula a tudo e a todos. A Globo sabota governos. A Globo é contra a democratização da mídia.
Quem criou o movimento que dê a resposta à Globo.
Ou quem é jovem que se conscientize e saiba que o jogo político no Brasil com este monopólio midiático, é pesado...
Inventam crises. Querem comparar o Brasil com a situação na Europa. O Desemprego no Brasil é de menos de 6% na Europa passa dos 11%. A Globo News agora pede que os seus telespectadores mandem vídeos dos protestos....A Globo agora adora protestos! Que lindo...
Pois bem, quem for jovem e juvenil em suas utopias, que se manifeste.
Ou estarão participando de uma das maiores fraudes políticas do país cujo objetivo é imobilizar e derrubar um governo legitimamente eleito, progressista, cheio de problemas, mas que representa progresso, apesar de suas contradições.
Depois não adiantará reclamar. Na Espanha aconteceu o mesmo. Depois dos protestos veio um governo ultra liberal que hoje é responsável por um desemprego de 26% e de 50% entre os jovens. Na Espanha havia repúdio aos partidos políticos. Nenhuma bandeira aos políticos, como agora. Quem ganhou a parada foi a direita e os neoliberais radicais...
Será que queremos isso pro Brasil?
Embarcaremos no engodo da Rede Globo?
Um movimento social autêntico e maravilhoso será manipulado desta forma?
Nossos jovens serão levados sorrateiramente a enterrar as esperanças de um país inteiro?
É isso?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O mundo como fábula, como perversidade e como possibilidade: Introdução geral do livro "Por uma outra globalização" de Milton Santos

Por Milton Santos Vivemos num mundo confuso e confusamente percebido. Haveria nisto um paradoxo pedindo uma explicação? De um lado, é abusivamente mencionado o extraordinário progresso das ciências e das técnicas, das quais um dos frutos são os novos materiais artificiais que autorizam a precisão e a intencionalidade. De outro lado, há, também, referência obrigatória à aceleração contemporânea e todas as vertigens que cria, a começar pela própria velocidade. Todos esses, porém, são dados de um mun­do físico fabricado pelo homem, cuja utilização, aliás, permite que o mundo se torne esse mundo confuso e confusamente percebido. Explicações mecanicistas são, todavia, insuficientes. É a maneira como, sobre essa base material, se produz a história humana que é a verdadeira responsável pela criação da torre de babel em que vive a nossa era globalizada. Quando tudo permite imaginar que se tornou possível a criação de um mundo veraz, o que é imposto aos espíritos é um mundo de fabulações, q...

Preços de combustíveis: apenas uma pequena peça da destruição setorial

Por José Sérgio Gabrielli Será que o presidente Bolsonaro resolveu dar uma reviravolta na sua política privatista e voltada para o mercado, intervindo na direção da Petrobras, demitindo seu presidente, muito ligado ao Ministro Guedes e defensor de uma política de mercado para privatização acelerada e preços internacionais instantâneos na companhia? Ninguém sabe, mas que a demissão do Castello Branco não é uma coisa trivial, com certeza não é. A ação de Bolsonaro, na prática, questiona alguns princípios fundamentais da ideologia ultraneoliberal que vinha seguindo, como o respeito à governança das empresas com ações negociadas nas bolsas, a primazia do privado sobre o estatal e o abandono de intervenções governamentais em assuntos diretamente produtivos. Tirar o presidente da Petrobras, por discordar da política de preços, ameaça o programa de privatizações, pois afasta potenciais compradores de refinarias e tem um enorme efeito sobre o comportamento especulativo com as ações da Petrob...

Brasil perde um dos seus mais importantes cientistas sociais

Por Ricardo Cavalcanti-Schiel Faleceu por volta das 21:30 do dia 26 de março de 213, vítima de um acidente de trânsito no Km 92 da Rodovia Bandeirantes, o diretor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, Prof. Dr. John Manuel Monteiro, quando regressava da universidade para sua residência em São Paulo. Historiador e antropólogo, John Monteiro foi um pioneiro na construção do campo temático da história indígena no Brasil, não apenas produzindo uma obra analítica densa e relevante, como também criando e estimulando a abertura de espaços institucionais e de interlocução acadêmica sobre o tema. Não seria exagerado dizer que foi em larga medida por conta do seu esforço dedicado que esse campo de estudos foi um dos que mais cresceu no âmbitos das ciências humanas no país desde a publicação do seu já clássico “Negros da Terra: Índios e Bandeirantes nas Origens de São Paulo” (1994) até o momento. Tendo tido toda sua formação acadêmica nos Estados Unidos (graduado pelo Col...