Mais controle social
Nas atuais manifestações
de rua, a causa objetiva para onde todos os manifestantes convergem é a redução
da passagem de ônibus. Depois vem o próprio direito de manifestar pacificamente
sem repressão policial.
Há causas genéricas que
todos concordam. Pelo menos na teoria, todo mundo é favor de mais saúde,
educação, melhor transporte e mais barato, melhor segurança pública, menos
corrupção e sonegação, e menos privilégios indevidos. Apesar de haver gente que
faz esse discurso, mas acaba agindo ao contrário na prática, como quando
votaram conta a CPMF, retirando bilhões que hoje estariam indo para o SUS.
E há outras causas
difusas e partidarizadas, onde em cada cabeça há uma sentença, e não tem a ver
com a maioria.
Na pauta objetiva da
redução do preço da passagem, o Movimento Passe Livre (MPL), no final das
contas, luta pelo transporte público ser custeado pelos mais ricos pagando mais
impostos, e por mais controle social sobre as empresas de ônibus.
Além dos vinte centavos,
a agenda política originária das manifestações pede uma reforma tributária com
mais progressividade dos impostos, onde os mais ricos e de alta renda, com mais
capacidade contributiva, paguem mais para subsidiar o transporte público. No
entanto esse debate é interditado no noticiário da velha mídia, defensora do
neoliberalismo, que prega o estado mínimo, com serviços públicos regulados pelo
mercado, pelos donos das empresas de ônibus, e com os ricos ficando livre de
impostos.
Aliás, a velha mídia,
estranhamente, só apoiou o aumento de impostos nos governos tucanos. Talvez
porque, de uma forma ou de outra, seus donos recebiam mais dinheiro dos cofres
públicos do que pagavam.
A velha mídia, que no
começo chamou os manifestantes de vândalos e filhinhos de papai (não é Jabor?),
mudou a postura e agora quer capturar o movimento, induzindo a adesão de um
público reacionário e golpista, que não tem nada a ver com o MPL, para conduzir
o rumo a seus interesses políticos, que é retroceder o país aos governos
neoliberais demotucanos dóceis à seus interesses privados. É isso que todos
nós, progressistas, não podemos permitir.
Em tempo: A TV Globo foi
vaiada e expulsa das últimas manifestações. Suas equipes estão indo
descaracterizadas, para não identificar que trata-se da emissora.
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