Por AFP
Milhares de pessoas
saíram neste sábado às ruas da cidade alemã de Frankfurt para protestar contra
as políticas de austeridade aplicadas na Europa, em resposta a uma convocação
do grupo Blockupy, constatou um jornalista da AFP.
A maior destas
manifestações ocorreu em Frankfurt, onde mais de 5.000 pessoas - segundo uma
estimativa da polícia - se reuniram no centro da cidade antes de iniciar uma
marcha em direção à sede do BCE, entidade que completa neste sábado 15 anos de
sua criação.
Sindicatos e
organizações de esquerda (como Verdi, IG Metall, o partido Die Linke, Attac,
entre outros), dão, desta forma, continuidade a outra manifestação organizada
na sexta-feira e que reuniu cerca de 2.000 pessoas em protesto contra a
especulação agrícola.
"Devemos dizer
claramente que a política do banco central europeu e da troica, submetidas à
influência capital do governo federal, não é a solução", disse à AFP o
porta-voz do Blockupy, Roland Suss.
"Pertenço à geração
do 'baby boom' e tivemos uma vida relativamente boa. Mas agora estamos lutando
por nossa própria sobrevivência", disse à AFP Marica Frangakis, de 62
anos, uma manifestante grega que participa do grupo Attac.
Na Grécia, acrescentou
Frangakis, "as pessoas estão desesperadas por uma crise de cinco
anos" e, por isso, faz "bem ver pessoas (na Alemanha) que também se
sentem envolvidas pela crise".
"Estou feliz de ver
as pessoas juntas para expressar sua solidariedade", afirmou.
"Precisamos de mais solidariedade. O capital está unido e forte, no
entanto mais e mais vozes se expressam na Europa em nome da esquerda",
disse Frangakis.
Ao meio-dia, a polícia
alemã havia reforçado a vigilância ao redor do protesto. Os agentes policiais
abordaram os manifestantes que usavam máscaras para que as retirassem e
participassem do protesto com o rosto descoberto.
Já em Lisboa, Portugal,
uma manifestação contra as políticas de austeridade estava prevista em frente à
representação local do Fundo Monetário Internacional (FMI), no centro da
cidade, para protestar contra as pressões impostas pelos credores
internacionais ao país.
"Desta vez não será
apenas Portugal que vai se manifestar, mas também as pessoas de toda a Europa
que desejam protestar contra a receita da austeridade", afirmou um
comunicado do movimento apolítico "Que se lixe a troica", principal
impulsionador das manifestações.
Muitos grupos ativistas
e de militância cidadã anunciaram sua adesão ao protesto, inclusive o grupo de
"Indignados" portugueses "15 de Outubro", que já organizou
diversas ações públicas de protesto contra as medidas de austeridade.
Assim como em Lisboa,
outras 17 cidades portuguesas prepararam manifestações para este fim de semana.
Ao mesmo tempo, em
Madri, na Espanha, grupos de esquerda e ativistas anticapitalistas convocaram
uma manifestação em frente à Praça de Netuno, próxima ao Parlamento, local de
muitas concentrações de protesto nos últimos meses.
Na capital madrilenha a
manifestação se propõe a percorrer a avenida que passa em frente à bolsa de
Valores, ao Banco Central espanhol e ao escritório da Comissão Europeia.
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