Por Jornal Brasil de Fato
Coordenação dos
Movimentos Sociais do Brasil pede a suspensão do acordo com a Elbit Systems
assinado pelo governo do Rio Grande do Sul e exige um embargo militar imediato
a
Estamos chocados ao ver
que o Rio Grande do Sul, que foi apenas há alguns meses a sede do Fórum Social
Mundial Palestina Livre, tenha na segunda-feira, 29 de abril, assinado um
acordo para um grande polo tecnológico baseado nas empresas militares israelenses
Elbit Systems e sua subsidiária AEL, já instalada em Porto Alegre. O polo
militar essencialmente israelense vai envolver nossas universidades, institutos
de pesquisa governamentais e empresas, ligando todos os elos em cumplicidade
com a empresa israelense responsável por crimes de guerra.
Elbit Systems é um
símbolo para a ocupação e apartheid israelense, que vive e abastece a guerra e
sistemas de repressão e controle na Palestina e em todo o mundo. Ela produz os
drones usados nos ataques contra Gaza e no Líbano e fornece equipamentos para
os tanques Merkava israelenses. O Muro do Apartheid de Israel, que isola as
comunidades palestinas em guetos murados, tem proporcionado uma enorme fonte de
rendas para Elbit e alguns dos assentamentos israelenses ilegais são
"segurados" pela tecnologia Elbit. Por isto, tem um apelo ao boicote
de Elbit na Assembleia da ONU. Elbit exporta sua tecnologia da repressão, da
exclusão e do racismo em todo o mundo, como por exemplo nos EUA, onde está
construindo o Muro da Morte ao longo da fronteira para o México.
Apoiamos o chamado
palestino por um embargo militar imediato e denunciamos os crescentes laços
militares entre Brasil e Israel, acordo após acordo, a nível regional e
federal. O Brasil já se tornou o quinto mais importante importador de armas e
tecnologia militar israelenses; quase o dobro da quantidade das exportações
israelenses para os EUA. A relação privilegiada do Brasil com o complexo
militar-industrial de Israel permite a sustentabilidade econômica para a indústria
de guerra de Israel, que vive para até 80% sobre das exportações e de
investimentos externos.
Este projeto do Rio
Grande do Sul leva as relações militares com Israel a um nível completamente
novo: se não for parado, irá mover o complexo militar israelense no centro do
desenvolvimento econômico do Rio Grande do Sul e da pesquisa e indústria de
defesa brasileira. O acordo permite a Elbit explorar nossos trabalhadores e
estudantes e o crescente mercado de armas na América do Sul, e contribui ainda
mais para a desnacionalização da indústria brasileira e para a dependência de
interesses políticos israelenses.
Portanto, apelamos para
a interrupção imediata de quaisquer negociações ou ações que implementam este
Memorando de Entendimento assinado por Rio Grande do Sul.
Defendemos a soberania
dos povos e acreditamos que o único desenvolvimento econômico sustentável é
aquele que respeita os direitos humanos e a justiça social e política. Para
atingir isto exigimos o fim imediato das relações militares com Israel.
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