Por MAB
Organizações do estado
de Minas Gerais realizaram, nos dias 4 e 5 de maio, em Belo Horizonte, a
primeira Formação de Formadores Estadual para articular o plebiscito popular
com o objetivo de baixar o preço da luz e ICMS no estado. O evento contou com a
presença de 750 militantes que vieram de todas as regiões do estado,
representando cerca 80 organizações do campo e da cidade.
O objetivo da mobilização
foi reafirmar a importância de discutir junto à população o preço da tarifa
energética no estado, “Minas paga um dos maiores preços de energia e ICMS do
Brasil, e mesmo assim os serviços oferecidos pela Cemig são de péssima
qualidade, queremos uma energia barata para os trabalhadores e que esta seja de
qualidade”, afirmou Soniamara, da coordenação nacional do Movimento dos
Atingidos por Barragens (MAB).
Durante o encontro, as
organizações colocaram a atual conjuntura em que vive os estado, e constatando
que a forma de governar não beneficia os trabalhadores. “Todos nós temos um
alto custo de vida em virtude dos desmandos do governo do PSDB no estado, e
este plebiscito possibilitará fazermos um amplo debate com a população,
alertando principalmente que este governo de direita não leva em conta os
interesses do povo ao não querer a renovação das concessões do setor elétrico e
cobrar um imposto tão caro”, resaltou Soniamara.
As organizações saíram
da formação com a tarefa de realizarem grandes debates como o que aconteceu
nesses dois dias, com o objetivo de alcançar nas regiões o maior número de
pessoas para somarem a votação do plebiscito.
Plebiscito Popular
O Plebiscito Popular
para baixar o preço da luz e ICMS em Minas Gerais acontecerá de 19 a 27 de
outubro de 2013. O estado paga a maior tarifa do Brasil, com lucro de R$ 4,2
bilhões referentes a 2012, e ainda aprovou um aumento de 4,99% na conta de luz
das residências para 2013.
A Cemig possui ainda o
maior índice de acidentes de trabalho em todo país, o que causa a morte de oito
trabalhadores por ano, a maior parte deles trabalhadores terceirizados.
Grande parte do lucro
arrecadado pela empresa vai para o bolso de acionistas estrangeiros, hoje, os
verdadeiros donos da CEMIG. Imposto na conta de energia, onde o ICMS é o
principal, serve como moeda de troca do governo com as grandes empresas, estas
receberam em 2010 R$ 9 bilhões em isenção de imposto e descontos, e a população
é quem paga a conta. “Se todo este dinheiro que ficaram com as grandes empresas
fossem investidos na questão social, poderíamos dobrar o valor investido na
educação e na saúde”. Conclui Soniamara.
CEMIG
Atualmente, a empresa
detém cerca de 25% do mercado livre de energia, comercializando 19.738.116 MWh
com 315 clientes dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio
Grande do Sul, Bahia, Pará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina
e Goiás. Isso faz da Cemig a maior comercializadora de energia elétrica para
clientes finais do Brasil.
Os dados mostram que 77%
dos consumidores da Cemig esperam uma média de 14,32 horas para o religamento
da energia quando surgem problemas na rede elétrica.
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