Por Portal
EcoD
Butão é um dos poucos países do mundo a
ter, efetivamente, igualdade de gênero: homens e mulheres têm funções iguais.
Conhecido mundialmente pela adoção do
Índice de Felicidade Interna Bruta (FIB) como medidor do progresso nacional, o
pequeno Butão, isolado entre as montanhas do Himalaia, demonstrou mais uma vez
a preocupação do país com o bem-estar de sua população, e agora caminha a
passos largos para tornar realidade a meta de converter toda sua agricultura em
orgânica, tornando-se a primeira nação do mundo a obter tal título.
O FIB foi criado em 1972, quando o rei
Jigme Singye Wangchuck firmou um compromisso de construir uma economia adaptada
à cultura do país e baseada nos valores budistas.
A meta, anunciada em 2007, deverá ser
alcançada dentro de pouco tempo, uma vez que já há uma difusão do cultivo
orgânico entre os agricultores, embora poucos sejam certificados como tal.
Atualmente, os futuros instrutores estão em treinamento e os agricultores que
já possuem produção orgânica estão recebendo assistência governamental.
De acordo com o ministro da Agricultura,
além das vantagens de conservação ambiental, o programa de agricultura orgânica
capacitará os agricultores em novas técnicas de cultivo para potencializar o
uso do solo, aumentando a produção e, por fim, levando o país à desejada
autossuficiência alimentícia.
Mercado
A procura pela transformação do cultivo
também tem razões econômicas: a produção orgânica é 30% mais valorizada em relação
a convencional, além de garantir uma renda extra com o ecoturismo.
O Butão não tem problemas com fome, o
analfabetismo é zero, os índices de violência são insignificantes, nenhum
mendigo vive nas ruas e não há registro de corrupção.
Na região, dois estados indianos têm
programas similares para a adoção integral do cultivo orgânico na agricultura.
Um terço da agricultura do estado de Sikkim já é orgânico e o governo local
almeja transformar toda sua produção até 2015. Já Kerala começou essa transição
em 2010 e planeja que até o final desta década todo o seu cultivo tenha sido
convertido.
No Brasil, o mercado de orgânicos está em
plena expansão, com crescimento anual entre 30% e 40%, embora a regulamentação
do setor no início de 2011 tenha colocado algumas barreiras comerciais com a
importação.
Os alimentos orgânicos são todos aqueles
produzidos em sistemas que não utilizam agrotóxicos ou insumos artificiais em
sua produção, como inseticidas, herbicidas, fungicidas, nematicidas ou adubos
químicos. Por conceito, eles também não podem ser organismos geneticamente
modificados (OGM), como os transgênicos.
Um estudo da Universidade Stanford (EUA)
publicado recentemente afirma que os alimentos orgânicos não têm mais
nutrientes que os tradicionais, mas as vantagens deste tipo de alimento, como a
ausência de pesticidas e bactérias resistentes a antibióticos ou a redução do
impacto ambiental, justificam a opção por esta produção.
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