Por Rubens
Valente e Andreza Matais, Folha de São Paulo
O STF (Supremo Tribunal Federal) gastará R$ 90 mil para
reformar, com material de "primeira qualidade", os quatro banheiros
do apartamento funcional que o presidente da corte, Joaquim Barbosa, ocupará a
partir de julho.
O presidente do STF decidiu mudar do apartamento
funcional que já ocupa na Asa Sul, em Brasília, para um mais amplo, de 523
metros quadrados, na mesma região.
A futura residência do ministro, com cinco quartos,
quatro salas, biblioteca e adega, era ocupada até o final do ano passado pelo
ministro Ayres Britto, que se aposentou do STF em novembro.
Do total da obra, R$ 78 mil serão pagos à empresa que
venceu um pregão eletrônico na semana passada e outros R$ 12 mil sairão de
contratos com outras empresas já em andamento, na instalação de vidros,
espelhos e uma banheira, que será adquirida, segundo o STF, com recursos
próprios de Barbosa.
O primeiro valor equivale ao custo total da construção
de uma residência de 32 metros quadrados do programa Minha Casa Minha Vida.
O edital do pregão prevê a aquisição de 23 peças em
mármore e granito por R$ 15,5 mil. Um terço desse valor irá para uma prateleira
e uma bancada. Assento e tampo dos quatro vasos sanitários custarão R$ 396
cada.
Na presidência do STF e do CNJ, Barbosa adota um
rigoroso discurso de contenção de despesas do Judiciário.
Na semana passada, envolveu-se em polêmica com
entidades de juízes, ao criticar gastos desnecessários com a criação de
Tribunais Regionais Federais.
Segundo o STF, a reforma será feita por conta do
"desgaste pelo tempo de uso". A corte nega que tenha partido de
Barbosa a ordem para a reforma, mas não apontou o responsável pelo lançamento
do edital, ocorrido durante a atual gestão.
De acordo com a assessoria, a exigência de materiais de
"primeira qualidade, sem manchas, defeitos ou imperfeições" foi feita
"para evitar o fornecimento de materiais inadequados ou de qualidade
duvidosa".
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