Do Opera Mundi
Quase metade da população de Nova York está próxima da
linha de pobreza, segundo pesquisa
Número ainda pode aumentar com corte de benefícios
sociais anunciado pelo governo em março
Quase metade dos moradores de Nova York, cidade mais
populosa dos Estados Unidos, vive próxima da linha da pobreza. A informação foi
divulgada na semana passada pelo centro oficial de pesquisa da prefeitura
nova-iorquina, com base em dados e indicativos sociais coletados durante os
anos de 2005 e 2011.
Os dirigentes de Nova York classificam como pobre uma
família composta por, no mínimo, dois adultos e dois dependentes cuja renda
chegue até 30.949 dólares por ano. O levantamento revela que 46% da população
da cidade – estimada em 8,175 milhões de habitantes – vive abaixo ou próxima
desse valor.
O custo de vida em Nova York é considerado alto
comparado a outras cidades dos Estados Unidos, fato que ajuda explicar a razão
de tantas pessoas estarem próximas da linha da pobreza.
A pesquisa, conduzida por Mark Levitan, foi feita a
partir de uma amostra de 25 mil domicílios. Os índices mostram que a pobreza
aumentou em três dos cinco distritos da cidade: Brooklyn (1,6%), Queens (4,8%) e Staten Island (3,9%).
Embora a taxa de desemprego tenha diminuído em 2011 em
relação ao ano anterior, o estudo também revela que "a renda das famílias
economicamente vulneráveis não aumentou. No entanto, os impactos da recessão
econômica sobre a população diminuíram".
No texto de conclusão da pesquisa, Levitan faz um
alerta sobre as medidas de austeridade fiscal anunciadas pelo governo em março.
Cerca de 750 mil pessoas, em especial mulheres e crianças, não terão acesso aos
benefícios sociais - como vale alimentação para pobres e assistência médica -,
cortados no orçamento oficial dos EUA deste ano. Assim, afirma o estudo, o
número de 46% “pode aumentar consideravelmente”.
As informações sobre pobreza reveladas pela pesquisa
reacendem o debate acerca da desigualdade social em Nova York. Segundo a
informação Coalizão Contra a Fome , a renda dos bilionários da cidade cresceu
11 bilhões de dólares no último ano, o que equivale “à saída de quatro milhões
de pessoas da linha da pobreza”.
No começo deste mês, Barack Obama, vai apresentou seu
projeto orçamentário para o ano fiscal de 2014, que contempla uma redução dos
gastos em programas sociais e uma alta de impostos para os mais ricos.
A meta do projeto para o ano fiscal de 2014 - que vai
de outubro de 2013 a setembro de 2014 - é conseguir uma redução do déficit
público em 1,8 trilhão de dólares na próxima década, segundo a Casa Branca.
Além disso, outro objetivo é que o déficit para esse
ano, que de acordo com previsões chegará a 5,5% do PIB (Produto Interno Bruto),
se reduza para 4,4% em 2014 e 2,8% em 2016.
Com o objetivo de conseguir um acordo com os
republicanos, a oferta de Obama inclui um corte de 400 bilhões de dólares no
programa de saúde para idosos e aposentados conhecido como Medicare.
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