Da Carta Maior
Após vazamentos e invasão de ratos, a Agência Internacional
de Energia Atômica pediu para a empresa administradora de Fukushima
"melhorar a confiabilidade de sistemas essenciais", crucial para
"a integridade estrutural das instalações do local" e "para
melhorar a proteção contra perigos externos".
Os operadores da danificada usina nuclear japonesa de
Fukushima devem começar a agir conjuntamente e estabilizar os “sistemas
essenciais” da usina, afirmou a Agência Internacional de Energia Atômica nesta
semana, dizendo que provavelmente levará mais de 40 anos para desativar
corretamente o local.
Em foto tirada pela Agência Internacional de Energia
Atômica (AIEA) no dia 17 de abril de 2013, são mostrados membros da Divisão de
Tecnologia de Ciclo e Resíduos do Combustível Nuclear da AIEA inspecionando a
sala de controle da unidade um e dois prédios de reatores da danificada usina
nuclear de Fukushima Dai-chi, em Okuma, província de Fukushima.
As afirmações dispostas pela AIEA foram lançadas apenas
algumas horas depois que o operador de Fukushima da Companhia de Energia
Elétrica de Tóquio (TEPCO) disse ter desativado o sistema de refrigeração de um
reator após descobrir dois ratos mortos próximos de equipamentos cruciais – a
terceira vez em cinco semanas que os equipamentos de refrigeração do local
haviam sido desligados por causa de roedores.
Além disso, o lugar passou por uma série de incidentes
nos meses recentes, incluindo vários vazamentos de água radioativa e
interrupções de energia juntamente com a batalha com os sistemas de
refrigeração da usina. “Quanto à duração do projeto de desmonte”, disse Juan
Carlos Lentijo, da AIEA, “vai ser quase impossível garantir o tempo para o
desmonte de uma instalação tão complexa em menos de 30-40 anos, como está
atualmente estabelecido em nosso roteiro”.
Comentários de Lentijo foram apresentados juntamente
com uma declaração da AIEA divulgada segunda-feira (22), que criticou o
desempenho da TEPCO e pediu para a empresa "melhorar a confiabilidade de
sistemas essenciais", crucial para "a integridade estrutural das
instalações do local" e "para melhorar a proteção contra perigos
externos". Na semana passada a AIEA inspecionou a usina danificada e
realizou reuniões com funcionários da TEPCO e do governo japonês.
"É esperado que isso ocorra em um local tão
complexo, a incidência adicional irá acontecer como nas usinas nucleares em
operações normais", disse Lentijo. "É importante ter uma boa
capacidade de identificar o mais rapidamente possível as falhas e estabelecer
medidas compensatórias ".
A agência Associated Press acrescenta:
Nas últimas semanas, a usina sofreu quase uma dúzia de problemas
que vão desde extensos cortes de energia a vazamentos de água altamente
radioativa de piscinas subterrâneas. Na segunda-feira (22), a TEPCO teve que
parar o sistema de resfriamento de um dos conjuntos de armazenamento de
combustível para verificações de segurança depois de encontrar dois ratos
mortos dentro de uma caixa de transformador.
No início deste mês, um rato provocou curto-circuito em
um quadro de distribuição, causando uma extensa interrupção e perda de
resfriamento durante 30 horas. Lentijo disse que a gestão dos recursos hídricos
é "provavelmente a tarefa mais desafiadora" para a usina no momento.
Os problemas têm levantado preocupações sobre se a
usina, incapacitada pelo terremoto e tsunami de março de 2011, pode ficar
intacta ao longo de um processo de desativação. Os problemas levaram autoridades
a elaborar medidas de redução de risco e rever planos de desmonte.
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