A União Soviética perdeu 20
milhões de homens na Guerra, foi responsável pela grande ofensiva contra a
Alemanha que permitiu a vitória dos Aliados, mas é frequentemente igualada aos
nazistas pelos historiadores oficiais.
Dois anos após sua vitória
sobre o nazismo, o Exército Vermelho tornou-se, para os povos do Ocidente,
devido à guerra fria, uma ameaça1.
Seis décadas mais tarde, a historiografia francesa, terminada sua mutação
norte-americana, lançou a União Soviética à ignomínia, tanto pela fase do pacto
germano-soviético quanto por sua "grande guerra patriótica", na
época. Nossos manuais, igualando comunistas e nazistas, vão mais longe do que
os historiadores da Europa oriental2.
Contudo, as pesquisas originais que alimentam essa posição apresentam um quadro
completamente diferente da URSS na Segunda Guerra Mundial.
A acusação contra Moscou diz
respeito ao pacto germano-soviético de 23 de agosto de 1939 e, especialmente,
aos protocolos secretos: efetivamente a vitória fulgurante e arrasadora da
Wehrmacht sobre a Polônia deu o sinal da ocupação pela URSS da Galícia oriental
(leste da Polônia) e dos países bálticos3. Desejo de expansão, realpolitik ou
estratégia defensiva?
Sem
"segurança coletiva"
Retomando a tese dos
renomados historiadores Lewis B. Namier e Alan John Percivale Taylor, assim
como do jornalista Alexander Werth, os novos trabalhos de historiadores
anglófonos esclarecem as condições nas quais a URSS chegou a essa decisão. Eles
mostram o encorajamento dos Estados Unidos à obstinação da França e da
Grã-Bretanha, que em sua política de "apaziguamento" - ou dito de
outro modo, de capitulação diante das potências nazistas - arruinou o projeto
soviético de "segurança coletiva" dos países ameaçados pelo Reich.
Por isso os acordos de Munique (29 de setembro de 1938), pelos quais Paris,
Londres e Roma permitiram a Berlim anexar, imediatamente, os sudetos. Isolada
diante de um III Reich que tinha, no momento, "as mãos livres a
Leste", Moscou assinou com Berlim o "pacto de não-agressão" que
a poupou provisoriamente. Assim terminava a missão franco-britânica enviada a
Moscou (de 11 a 24 de agosto) para acalmar as vozes que, após a anexação alemã
da Boêmia-Morávia e da satelização da Eslováquia, pediam uma frente comum com a
URSS. Moscou exigia a aliança automática e recíproca de 1914, que deveria
associar Polônia e Romênia, feudos do "cordão sanitário" antibolchevique
de 1919, e os países bálticos, vitais para a "Rússia da Europa4". O
almirante britânico Drax e o general francês Doumenc deveriam fazer recair
apenas sobre Moscou a marca do fiasco: era preciso apenas "deixar a
Alemanha sob a ameaça de um pacto militar anglo-franco-soviético e ganhar o
outono ou o inverno, retardando a guerra".
Quando o chefe do Exército
Vermelho, Klement Verochilov, "preciso e direto", lhes propôs, em 12
de agosto, "o exame concreto dos planos de operação contra o bloco dos
Estados agressores", eles admitiram que não tinham poderes. Paris e
Londres, decididas a não fornecer nenhuma ajuda a seus aliados do Leste, haviam
delegado a tarefa à URSS, mas a tornaram impossível: Varsóvia (especialmente) e
Bucareste haviam sempre recusado o direito de passagem ao Exército Vermelho.
Tendo "garantido" a Polônia sem consultá-la, Paris e Londres se
diziam imobilizadas pelo veto (secretamente encorajado) do germanófilo coronel
Josef Beck, que invocava o "testamento" de seu predecessor, Josef Pilsudski:
"Com os alemães nos arriscamos a perder nossa liberdade, com os russos,
nós perdemos nossa alma".
O caso era mais simples. A
Polônia havia tirado dos soviéticos, em 1920-1921, com ajuda militar francesa,
a Galícia oriental5.
Desde 1934, cega aos apetites alemães, ela tinha um grande temor que o Exército
Vermelho tomasse facilmente seus territórios. A Romênia temia perder a
Bessarábia tomada dos russos, em 1918, e mantida graças à França. A URSS também
não obteve "garantia" dos países bálticos, cuja independência de
1919-1920 e a manutenção da influência alemã deviam ao "cordão
sanitário".
Isolamento
e sobrevivência
Desde março e especialmente
de maio de 1930, Moscou era cortejado por Berlim que, por preferir - pela
experiência - uma guerra com um único front, lhe prometeu, antes de se lançar
sobre a Polônia, respeitar sua "esfera de influência" na Galícia
oriental, no Báltico e na Bessarábia. Cedeu, no último momento, não a um
fantasma da "revolução mundial" ou do "Drang nach Western"
(esse avanço para o Oeste caro ao publicista alemão de extrema direita Ernst
Nolte): enquanto Londres e Paris adulavam Berlim, a União Soviética receava
"ser implicada sozinha em um conflito com a Alemanha", segundo os
termos do secretário do Foreign Office, Charles Lindsley Halifax, em 6 de maio
de 1939. O Ocidente expressou estupefação diante da "sinistra notícia que
explodia sobre o mundo como uma bomba6" e denunciou uma traição.
Na realidade, funcionários franceses e britânicos em Moscou brincavam de
adivinhos desde 1933: sem a Tríplice Entente, a URSS precisou compor com Berlim
para ganhar a "pausa" necessária para pôr em pé de guerra sua
economia e seu exército.
Em 29 de agosto de 1939, o
tenente coronel Luguet, adido da aeronáutica em Moscou (e futuro herói gaulista
da esquadrilha Normandia-Niémen) atestou a boa fé de Vorochilov e considerou
Stalin no lugar de "glorioso sucessor (...) de Alexandre Nevsky e de Pedro
I": "O tratado publicado foi complementado por uma convenção secreta,
que define, distante das fronteiras soviéticas, uma linha que as tropas alemãs
não deverão ultrapassar e que seria considerada pela URSS algo como sua posição
de cobertura7".
A Alemanha abriu o conflito
geral em 1º de setembro de 1939, com ausência da Entente, que havia, em
setembro de 1914, salvado a França da invasão. Michael Carley incrimina a
política de apaziguamento nascida do "medo da vitória contra o
fascismo" dos governos britânicos e franceses, atemorizados que a promessa
à URSS do papel dirigente em uma guerra contra a Alemanha estendesse seu
sistema a todos os beligerantes: o "anticomunismo", decisivo em cada
fase-chave desde 1934-1935, foi, portanto, "uma causa importante da
Segunda Guerra Mundial8".
Melhor
o avanço soviético
Em 17 de setembro, a URSS,
inquieta com o avanço alemão na Polônia, proclamou sua "neutralidade"
no conflito, não sem ocupar a Galícia oriental. Exigiu em setembro-outubro as
"garantias" dos países bálticos, "ocupação 'disfarçada',
acolhida com resignação9"
por Londres, a quem o Reich inquietava então tanto quanto o "avanço russo
na Europa". E tendo pedido - em vão - a Helsinki, aliada de Berlim, uma
retificação da fronteira (em troca de compensação), entrou em guerra contra a
Finlândia e enfrentou uma séria resistência. A propaganda ocidental chorou a
pequena vítima e exaltou sua bravura. Weygand e Daladier planejaram -
"sonho" e depois "delírio", segundo o historiador
Jean-Baptiste Duroselle - uma guerra contra a URSS no Grande Norte, desde o
Cáucaso. Londres, porém, aplaudiu o compromisso fino-soviético de 12 de março
de 1940, assim como o novo avanço do Exército Vermelho que se seguiu à derrota
francesa (a ocupação em meados de junho de 1940 dos países bálticos, no final
de junho da Bessarábia-Bucovinia do Norte). Depois disso, enviou a Moscou
Stafford Cripps, único partidário soviético do establishment: Londres preferia, então, o
avanço soviético no Báltico ao avanço alemão.
Após décadas de polêmicas, os
arquivos soviéticos confirmaram que, aproximadamente, 5 mil oficiais poloneses,
cujos cadáveres foram descobertos pelos alemães em 1943, em Katyn (próximo a
Smolensk) haviam sido executados em abril de 1940 sob as ordens de Moscou.
Terríveis com os poloneses, os soviéticos salvaram mais de 1 milhão de judeus
das zonas reanexadas e organizaram uma evacuação prioritária em junho de 194110.
Esse período, que vai de 23
de agosto a 22 de junho de 1941, é objeto de um outro debate sobre o pacto
germano-soviético, por Stalin. Alguns especialistas salientam, por exemplo, o
fornecimento de matérias-primas soviéticas à Alemanha nazista, a mudança de
estratégia imposta no verão de 1940 ao Komintern e aos partido comunistas
convidados a denunciarem a "guerra imperialista" etc. Os
historiadores citados aqui diminuem e até mesmo contestam essa interpretação11. Note-se
que os Estados Unidos - mesmo depois de ter entrado na guerra contra Hitler em
dezembro de 1941 - e a França, oficialmente beligerante desde 3 de setembro de
1939, asseguraram ao Reich abundantes cargas industriais12.
Poderio
vermelho
Em crise desde junho de 1940,
as relações germano-soviéticas beiram a ruptura em novembro. "Entre 1939 e
1941, a URSS desenvolvera consideravelmente seus armamentos terrestres e aéreos
e reunira entre 100 e 300 divisões (ou seja, de 2 a 5 milhões de homens) ao
longo ou nas proximidades de suas fronteiras ocidentais13". Em
22 de junho de 1941, o Reich lançou o ataque anunciado pelo cerco de suas
tropas na Romênia. Alexander Werth fala de uma "derrota militar em
1941", a qual foi sucedida (em 1942-1943) por um "sobressalto do
regime e da sociedade".
Porém, em 16 de julho, o
general Doyen anunciou a Pétain, em Vichy, a morte da "Blitzkrieg":
"Se o III Reich obtém alguns sucessos estratégicos, a direção tomada pelas
operações não corresponde, entretanto, à idéia que seus dirigentes têm. Esses
não haviam previsto uma resistência tão tenaz do soldado russo, um fanatismo
tão apaixonado da população, uma guerrilha tão poderosa pelas costas, perdas
tão sérias, um vazio tão completo diante do invasor, dificuldades tão grandes
de revitalização e de comunicações (...). Sem se preocupar com a alimentação do
dia seguinte, o russo incendeia com lança-chamas suas colheitas, faz explodir
cidades, destrói seu material de circulação, sabota suas explorações14".
O Vaticano, melhor rede de
informação mundial, alarmou-se, no início de setembro de 1941, com as
dificuldades "dos alemães" e com uma saída "tal que Stalin seria
chamado a organizar a paz em concerto com Churchill e Roosevelt", e situou
"a virada da guerra" antes da barreira à Wehrmacht diante de Moscou
(final de outubro) e bem antes de Stalingrado. Confirmou-se, desse modo, desde
a invasão, a opinião emitida desde 1938 pelo adido militar francês em Moscou,
Auguste-Antoine Palasse, de que o poderio militar soviético estava intacto, por
causa dos expurgos que se seguiram ao processo e execução do marechal
Toukhatchevski e do alto estado-maior do Exército Vermelho, em junho de 193715.
Moscou
na ofensiva
O Exército Vermelho, escrevia
ele, reforçava-se e desenvolvia um "patriotismo" inaudito: o estatuto
do exército, a formação militar e uma propaganda eficaz "mantinham tensas
as energias do país, dando-lhe orgulho das incursões dos seus (...) e confiança
inquebrantável na sua força defensiva". Palasse havia ressaltado, desde
agosto de 1938, as derrotas japonesas nos confrontos na fronteira da
URSS-China-Coréia. A qualidade do Exército Vermelho uma vez atestada serviu de
lição: apesar da fúria de Hitler, o Japão assinou em Moscou, em 13 de abril de
1941, um "pacto de neutralidade", liberando a URSS de sua obsessão -
desde o ataque contra a Manchúria (1931) depois toda a China (1937) - de uma
guerra em duas frentes. Depois de ter se curvado, durante longos meses, sob a
investida da formidável máquina de guerra nazista, o Exército Vermelho iria,
novamente, passar à ofensiva.
Se, em 1917-1918, o Reich foi
derrotado no Oeste e, especialmente, pelo exército francês, de 1943 a 1945,
agora a derrota foi a Leste, e pelo Exército Vermelho. Para aliviá-la, Stalin
pedia, desde agosto-setembro de 1941, um "segundo front" (envio de
divisões aliadas na URSS ou desembarque nas costas francesas). Ele teve que se
contentar com elogios do primeiro-ministro britânico Winston Churchill, logo
seguido pelo presidente americano Franklin D. Roosevelt, sobre o "heroísmo
das forças combatentes soviéticas" e um "empréstimo" americano
(reembolsável depois da guerra) avaliado por um historiador soviético em 5
bilhões de rublos, ou seja, 4% da renda nacional em 1941-1945. A recusa desse
segundo front e o afastamento da URSS das relações intra-aliança (apesar de sua
presença na conferência de Teerã, em novembro de 1943) reavivaram a obsessão
pela volta do "cordão sanitário" e às "mãos livres à
Leste".
A questão da correlação de
forças na Europa se avivou quando a capitulação do general Friedrich von Paulus
em Stalingrado, em 2 de fevereiro de 1943, trouxe para a ordem do dia a paz
futura. Washington contava com sua hegemonia financeira para escapar das normas
militares das regras dos conflitos, Franklin D. Roosevelt recusava negociar
sobre os "alvos da guerra" apresentados a Winston Churchill por
Joseph Stalin em julho de 1941 (retorno às antigas fronteiras européias do
antigo império, como em 1939-1940): uma esfera de influência soviética
limitaria a americana; o financista Averell Harriman, embaixador em Moscou,
pensava em 1944 que a isca de uma ajuda econômica à URSS arruinada
"evitaria o desenvolvimento de uma esfera de influência(...) soviética na
Europa oriental e nos Bálcãs".
Batalha
violenta e decisiva
Mas foi preciso contar com
Stalingrado, onde se defrontaram desde julho de 1942 "dois exércitos de
mais de 1 milhão de homens". O exército soviético ganhou essa
"batalha hostil", mais violenta do que todas as da primeira guerra
mundial (...) "acompanhada a cada dia pela Europa ocupada - por cada casa,
por cada caixa d'água, cada adega, cada pedaço de ruína". Sua vitória
"pôs a URSS no caminho de potência mundial", como a "de Poltava
em 1709 [contra a Suécia] que transformara a Rússia em potência européia".
A verdadeira abertura do
"segundo front" se arrastou até junho de 1944, período no qual o
avanço do Exército Vermelho - além das fronteiras soviéticas de julho de 1940 -
exigiu a divisão das "esferas de influência". A conferência de Yalta,
em fevereiro de 1945, conferência dos ganhos da URSS, beligerante decisivo, não
resultou da maldade de Stalin ao espoliar a Polônia mártir contra um Churchill
impotente e um Roosevelt moribundo, mas sim da correlação de forças militares.
Este último deu uma guinada
em direção à corrida de perseguição "dos exércitos anglo-americanos e das
forças no Leste" pela rendição da Wehrmacht: final de março, "26
divisões alemãs permaneciam na frente ocidental (...) contra 170 divisões na
frente Leste16",
onde os combates foram terríveis até o final. Em março-abril de 1945, a
operação Sunrise atingiu Moscou: o chefe do Office of Strategic Services(antecedente da
CIA) em Berna, o financista Allen Dulles, negociou com o general SS Karl Wolff,
chefe do estado-maior pessoal de Himmler, responsável pelo assassinato de 300
mil judeus, a capitulação do exército Kesselring na Itália. Mas estava fora de
questão que Berlim retornasse ao Ocidente: de 25 de abril a 3 de maio, essa
batalha matou ainda 300 mil soldados soviéticos. Ou seja, o equivalente às
perdas americanas totais (292 mil), "unicamente militares", das
frentes européia e japonesa de dezembro de 1941 a agosto de 194517.
Selvageria
contra os russos
Segundo Jean Jacques Becker,
"não considerando que ela se estendeu por extensões muito maiores, não
considerando o custo extravagante dos ultrapassados métodos de combate do
exército soviético, no plano estritamente militar, a Segunda Guerra foi, na
realidade, menos violenta do que a primeira18". Isso é esquecer que
apenas a URSS perdeu a metade das vítimas do conjunto do conflito de 1939-1945,
porque a guerra de exterminação que o III Reich havia planejado era para
liquidar, além da totalidade dos judeus, de 30 a 50 milhões de eslavos19. A
Wehrmacht, feudo pan-germanista facilmente nazificado, tomando "os russos
[por] "amarelos dignos do desprezo mais absoluto", foi o artesão
essencial: sua selvageria anti-eslava, anti-semita e anti-bolchevique, descrita
no processo de Nuremberg (1945-1946) e, por muito tempo, calada no Ocidente,
recentemente relembrada na Alemanha por exposições itinerantes20, privou a
URSS das "leis de guerra" (convenções de Haia de 1907).
São testemunhos dessas
ordens: o decreto dito "do comissário" de 8 de junho de 1941
prescrevendo a execução dos comissários políticos comunistas integrados no
Exército Vermelho; ordem de "não fazer prisioneiros", que causou a
execução em campo de batalha, ao fim dos combates, de 600 mil prisioneiros de
guerra, estendia em julho aos "inimigos civis"; ordem Reichenau de
"extermínio definitivo do sistema judeu-bolchevique" etc. 21. Dessa
maneira 3,3 milhões de prisioneiros de guerra, ou seja, mais do que dois terços
do total, sofreram, em 1941-1942, a "morte programada" pela fome e
pela sede (80%), o tifo, o trabalho escravo. Os prisioneiros "comunistas
fanáticos" abandonados à SS foram as cobaias da primeira câmara de gás com
o Zykon B de Auschwitz, em dezembro de 1941.
A Wehrmacht foi, como os SS e
a polícia alemã, um agente ativo da destruição de civis, judeus e não judeus.
Ela ajudou os Einsatzgrupen SS encarregados de "operações móveis de
matança" (Raul Hilberg), assim como a perpetrada pelo grupo C na ravina de
Babi Yar, em final de setembro de 1941, dez dias após a entrada dessas tropas
em Kiev (aproximadamente 34 mil mortos): um dos incontáveis massacres
perpetrados, como os "auxiliares" poloneses, bálticos (letões e
lituanos) e ucranianos, descritos pelo dolorido Livro negro de Ilya Ehrenburg e
Vassili Grossman22.
Contribuição
heróica
Eslavos e judeus (1,1 milhão
sobre 3,3) pereceram em Oradour sur Glane e nos campos. Os novecentos dias do
cerco de Leningrado (julho de 1941- janeiro de 1943) mataram 1 milhão de
habitantes de um total de 2,5, sendo "mais de 600 mil" durante a fome
do inverno 1941-1942. No total, "1700 cidades, 70 mil vilas e 32 mil
empreendimentos industriais foram arrasados". Um milhão de Ostarbeiter (trabalhadores
do leste) deportados para o Oeste foram esgotados ou anulados pelo trabalho,
serviços dos SS e os "kapos" nos "kommandos" dos campos de
concentração, minas e usinas dos Konzerne e nas filiais dos grupos estrangeiros
- como a Ford, fabricante dos caminhões de 3 toneladas da frente Leste.
Em 8 de maio de 1945, a URSS
exangue já havia perdido o benefício da "Grande Aliança" que havia
imposto aos anglo-americanos a enorme contribuição de seu povo, sob armas ou
não, para a sua vitória. O containment da
"guerra fria", sob a édige de Washington, poderia retomar com o
cordão sanitário, primeira guerra fria que Londres e Paris haviam dirigido de
1919 a 1939.
(Trad.: Teresa Van Acker)
1 - 1947-1948. Do Kominform au "coup de Prague", L'
Occident eut-il peur des Soviets et du communisme?Historiens et géographes (HG) nº 324,
agosto-setembro de 1989, págs. 219-243.
2 -
Diana Pinto L., "Amérique dans les livres d' histoire et de géographie des
classes terminales françaises", HG,
nº 303, mars, 1985, págs. 611-620;
Geoffrey Roberts, The
Soviet Union and the origin of the second world war, 1933-1941,
Saint Martin's Press, New York, 1995, introduction.
3 -
Ler também Geoffrey Roberts, op cit, p. 95-105 " Les dessous do pacto
germano-soviético", Le
Monde diplomatique, julho de 1997.
4 -
Salvo indicação, as fontes citadas aqui se encontram nos arquivos do ministério
francês dos negócios estrangeiros ou do exército de terra (Armée de terre -
SHAT) e os arquivos públicos alemães, britânicos e americanos. Quanto aos
inúmeros livros, muitas vezes pouco conhecidos na França, sobre os quais se
apóia esse artigo, o leitor encontrará uma ampla bibliografia sobre o site do
Monde diplomatique: www.monde-diplomatique.fr
5 - NDLR: Como muitas "degraus", a Galícia passou, através da história por mãos russas, mongóis, polonesas, lituanas, austríacas e, novamente, russas e polonesas. Em 1919, lorde Curzon havia atribuído a Galícia oriental à Rússia (linha Curzon).
5 - NDLR: Como muitas "degraus", a Galícia passou, através da história por mãos russas, mongóis, polonesas, lituanas, austríacas e, novamente, russas e polonesas. Em 1919, lorde Curzon havia atribuído a Galícia oriental à Rússia (linha Curzon).
6 - Winston Churchill, Memories, vol.
I, The Gathering
Storm, Houghton Mifflin Company, Boston, 1948, p. 346.
7 - Carta a Guy de Chambre, ministro do Ar, Moscou, 29 de agosto de 1939 (SHAT)
8 - Michel J. Carley, 1939, The alliance that never was and the coming of World War 2, Ivan R. Dee, Chicago, 2000, págs. 256-257.
9 - Carta 771 de Charles Corbin, Londres, 28 de outubro de 1939, arquivos do Quai d' Orsay (MAE)
7 - Carta a Guy de Chambre, ministro do Ar, Moscou, 29 de agosto de 1939 (SHAT)
8 - Michel J. Carley, 1939, The alliance that never was and the coming of World War 2, Ivan R. Dee, Chicago, 2000, págs. 256-257.
9 - Carta 771 de Charles Corbin, Londres, 28 de outubro de 1939, arquivos do Quai d' Orsay (MAE)
10 - Dov Levin, The lesser of two evils: Eastern
Eurpean Jewry under Soviet rule, 1939-1941. The Jewish Publications
Society, Philadelphia-Jerusalém, 1995.
11 - Ler especialmente as obras já citadas de Geoffrey Roberts e Gabriel Gorodetsky, mas também Bernhard H. Bayerlin et al., Moscou-Paris-Berlim, 1939-1941, Taillandier, Paris, 2003. A comunista libertária Margarete Buber-Neumann acusou, nas suas Memórias, o regime soviético de ter entregado antifascistas alemães à Gestapo.
11 - Ler especialmente as obras já citadas de Geoffrey Roberts e Gabriel Gorodetsky, mas também Bernhard H. Bayerlin et al., Moscou-Paris-Berlim, 1939-1941, Taillandier, Paris, 2003. A comunista libertária Margarete Buber-Neumann acusou, nas suas Memórias, o regime soviético de ter entregado antifascistas alemães à Gestapo.
12 - Charles Higham, Trading With the Enemy 1933-1949,
Delacorte Press, New York, 1983; e Industriels
et banquier français sous l" occupation, Armand Colin, Paris,
1999.
13 - Geoffrey Roberts, op. cit, págs.
122-134 e 139.
14
- La Délégation française
apures de la Comisión allemande d' Armistice de Wiesbaden, 1940-1941,
Imprimerie Nationale, Paris, vol. 4, págs. 648-649.
15 - NDLR: Esses expurgos são considerados como enfraquecedores do Exército Vermelho.
16 - Gabriel Kolko, The Politics of War, Random House, New York, 1969, capítulos 13 e 14.
15 - NDLR: Esses expurgos são considerados como enfraquecedores do Exército Vermelho.
16 - Gabriel Kolko, The Politics of War, Random House, New York, 1969, capítulos 13 e 14.
17 - Pieter Lagrou, in Stéphne
Audoin-rouzeau et al., dir. La
violence de guerre 1914-1945, Complexe, Bruxelles, 2002,
p.322.
18 - Idem, p. 333
19 - Götz Aly e Susanne Heim, Vordenker der Vernichtung,
Hoffmann und Campe, Hambourg, 1991, resumido por Dominique Vidal, Les historiens allemands relisent la
Shoah, Complexe, Bruxelles, 2002, págs. 63-100.
20 - Edouard Husson, Comprendre Hitler et la Shoah,
PUF, Paris, 2000, pp 239-253
21 - Omer Bartov, German Troops, MacMillan, Londres, 1985, L' armée d' Hitler, Hachette Pluriel, Paris, 1999 e Tom Brower, Blind eye to murder, André Deutsch, Londres, 1981.
21 - Omer Bartov, German Troops, MacMillan, Londres, 1985, L' armée d' Hitler, Hachette Pluriel, Paris, 1999 e Tom Brower, Blind eye to murder, André Deutsch, Londres, 1981.
22 -
Actes Sud, Arles, 1995.
Annie Lacroix-Riz, Professora de história
contemporânea na Universidade de Paris VII, autora dos ensaios O Vaticanos, A Europa e o Reich
1914-1944, Armand Colin, Paris, 1996; A escolha da derrota: as elites
francesas nos anos 1930, a ser lançado pelo mesmo editor.
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