Vale
a pena ver.
Nós
próximos dias uma blogueira cubana visitará o Brasil a convite do Instituto
Millenium, a meca da direita que reúne os barões da mídia e o que há de pior no
jornalismo brasileiro.
Sem
dúvidas que os jornalões irão se deliciar. Ela terá tratamento privilegiado na
grande mídia dos marinhos, civitas, etc...
Tentarão
"vendê-la" como uma grande intelectual e a principal líder
oposicionista de Cuba. Aliás, em Cuba ela é uma ilustre desconhecida.
Para não cair no conto da sereia, vale a pena ler os artigos do jornalista
Altamiro Borges, que deixa as claras quem realmente é essa figura, capacha do
que há de mais reacionário dentre os cubanos de Miami e da imprensa monopolista
e golpista.
Por Altamiro
Borges
A
mídia colonizada já está fazendo um baita carnaval com a visita ao Brasil da
blogueira cubana Yoani Sánchez. Em pleno feriadão, ela foi destaque em
entrevistas na Folha e no Estadão. O Globo também já publicou várias matérias
sobre “a principal dissidente do regime castrista”. Nos dias que antecedem a
sua chegada, prevista para 18 de fevereiro, ela também deverá ganhar generosos
espaços nas emissoras de tevê. Com tantos holofotes e bajulações, Yoani Sánchez
já está se achando o máximo! E dá-lhe abobrinhas!
Na
longa entrevista ao Estadão, no sábado, ela chegou a dizer que se considera uma
“diplomata do povo” – num egocentrismo risível. “Nenhuma chancelaria me nomeou,
nenhum palácio de governo me reconhece como representante de nada, mas eu sinto
que devo ajudar a estreitar os vínculos entre uma nação e outra. Sou uma
representante da diplomacia popular”, afirmou a blogueira, que é colunista do
jornal da famiglia Mesquita e colaboradora da máfia do Instituto Millenium, mas
é quase uma desconhecida em Cuba.
Já
na entrevista à Folha, ela se apresentou como heroína da democracia.
“Fiz do meu caso um emblema. Se o pensamento [do governo] foi ‘deixe-a sair para ver se ela se cala’, foi uma má jogada política. É uma propaganda perigosa, porque vou me comportar como uma pessoa livre, dizer o que penso e ser uma embaixadora do desejo de liberdade de cubanos no mundo”. Ambas as entrevistas evitaram perguntas delicadas à blogueira – como sobre a sua recente nomeação para o cargo de diretora regional da nefasta Associação Interamericana de Prensa (SIP), com um salário de US$ 6 mil.
“Fiz do meu caso um emblema. Se o pensamento [do governo] foi ‘deixe-a sair para ver se ela se cala’, foi uma má jogada política. É uma propaganda perigosa, porque vou me comportar como uma pessoa livre, dizer o que penso e ser uma embaixadora do desejo de liberdade de cubanos no mundo”. Ambas as entrevistas evitaram perguntas delicadas à blogueira – como sobre a sua recente nomeação para o cargo de diretora regional da nefasta Associação Interamericana de Prensa (SIP), com um salário de US$ 6 mil.
Para
ajudar os que ainda não conhecem “o que pensa” Yoani Sanchez, reproduzo abaixo
um texto publicado em janeiro do ano passado.
Yoani Sánchez: blogueira ou mercenária?
Nas
vésperas da visita da presidenta Dilma Rousseff a Cuba, a mídia colonizada tem
feito grande alarde em torno do nome da blogueira cubana Yoani Sánchez. Ela é
apresentada como uma “jornalista independente”, que mantém um blog com milhões
de acessos e que enfrenta, com muitas dificuldades materiais, a “tirania
comunista”, que a persegue e censura.
Na
busca pelo holofote midiático, líderes demotucanos e, lamentavelmente, o
senador petista Eduardo Suplicy têm posado de defensores da blogueira. Eles se
juntaram para pressionar o governo a conceder visto para que Yoani venha ao
Brasil assistir a pré-estréia do filme “Conexões Cuba-Honduras”, do
documentarista Dado Galvão – que, por mera coincidência, é membro-convidado e
articulista do Instituto Millenium, o antro da direita que reúne os barões da
mídia nativa.
A falsa “jornalista independente”
Mas,
afinal, quem é Yoani Sánchez? Em primeiro lugar, ela não tem nada de
“jornalista independente”. Seus vínculos com o governo dos EUA, que mantém um
“escritório de interesses” em Havana (Sina), são amplamente conhecidos. O
Wikileaks já vazou 11 documentos da diplomacia ianque que registram as reuniões
da “dissidente” com os “agentes” da Sina desde 2008.
Num
deles, datado de 9 de abril de 2009, o chefe da Sina, Jonathan Farrar, escreveu
ao Departamento de Estado: “Pensamos que a jovem geração de dissidentes não
tradicionais, como Yoani Sánchez, pode desempenhar papel a longo prazo em Cuba
pós-Castro”. Ele ainda aconselha o governo dos EUA a aumentar os subsídios
financeiros à blogueira “independente”.
Subsídios e “prêmios” internacionais
Anualmente,
o Departamento de Estado destina cerca de 20 milhões de dólares para incentivar
a subversão contra o governo cubano. Nos últimos anos, boa parte deste
“subsídio” é usada para apoiar “líderes” nas redes sociais. A própria blogueira
já confessou que recebe ajuda. “Os Estados Unidos desejam uma mudança em Cuba,
é o que eu desejo também”, tentou justificar numa entrevista ao jornalista
francês Salim Lamrani.
Neste
sentido, não dá para afirmar que Yoani Sánchez padece de enormes dificuldades
na ilha – outra mentira difundida pela mídia colonizada. Pelo contrário, ela é
uma privilegiada num país com tantas dificuldades econômicas. Além do subsídio
do império, a blogueira também recebe fortunas de prêmios internacionais que
lhe são concedidos por entidades internacionais declaradamente anticubanas. Nos
últimos três anos, ela foi agraciada com US$ 200 mil dólares de instituições do
exterior.
O falso prestígio da blogueira
Na
maioria, os prêmios são concedidos com a justificativa de que Yoani é uma das
blogueiras mais famosas do planeta, com milhões de acesso, e uma “intelectual”
de prestígio. Outra bravata divulgada pela mídia colonizada. Uma rápida
pesquisa no Alexa, que ranqueia a internet no mundo, confirma que seu blog não
é tão influente assim, apesar da sua farta publicidade na mídia e dos enormes
recursos técnicos de que dispõe – inclusive com a estranha tradução
“voluntária” para 21 idiomas.
Quanto
ao título de “intelectual” e principal dissidente de Cuba, a própria Sina
realizou pesquisa que desmonta a tese usada para projetar a blogueira. Ela
constatou que o opositor mais conhecido na ilha é o sanguinário terrorista
Pousada Carriles. Yoani só é citada por 2% dos entrevistados – ela é uma
desconhecida, uma falsa líder, abanada com propósitos sinistros.
O “ciberbestiário” de Yoani Sánchez
A
“ilustre” blogueira, inclusive, é motivo de chacota pelas besteiras que publica
e declara em entrevistas à mídia estrangeira. Vale citar algumas que já compõem
o “ciberbestiário” de Yoani Sánchez:
- [Sobre a Lei de Ajuste Cubano, imposta pelos
EUA para desestabilizar a economia cubana, ela afirmou que não prejudica o
povo] porque nossas relações são fortes. Se joga o beisebol em Cuba como
nos Estados Unido;
- Privatizar, não gosto do termo porque tem uma
conotação pejorativa, mas colocar em mãos privadas, sim.
- Não diria que [os chefões da máfia anticubana
de Miami, sic] são inimigos da pátria;
- Estas pessoas que são favoráveis às sanções
econômicas [dos EUA contra Cuba] não são anticubanas. Penso que defendem
Cuba segundo seus próprios critérios;
- [A luta pela libertação dos cinco presos nos
Estados Unidos] não é um tema que interessa à população. É propaganda
política;
- A ação terrorista de Posada Carriles contra
Cuba] é um tema político que as pessoas não estão interessadas. É uma
cortina de fumaça;
- [Mas os EUA já invadiram Cuba, pergunta o
jornalista] Quando?;
- O regime [de Fulgencio Batista, que assassinou
20 mil cubanos] era uma ditadura, mas havia liberdade de imprensa plural e
aberta;
- Cuba é
uma ilha sui generis.
Podemos criar um capitalismo sui generis.
Mentiras sobre censura e perseguição
Por
último, vale rechaçar a mentira midiática de que Yoani Sánchez é censurada e
perseguida em Cuba. Participei no final de novembro de um seminário
internacional sobre “mídias alternativas e as redes sociais” em Havana e
acessei facilmente o seu blog. Segundo o governo cubano, nunca houve qualquer
tipo de bloqueio à página da “jornalista independente”.
Quanto
às perseguições sofridas, Yoani Sánchez tem se mostrado uma mentirosa
compulsiva e cínica. Em 6 de novembro de 2009, ela afirmou à imprensa
internacional que havia sido presa e espancada pela polícia em Havana, “numa
tarde de golpes, gritos e insultos”. Em 8 de novembro, ela recebeu jornalistas
em sua casa para mostrar as marcas das agressões. “Mas ela não tinha hematomas,
marcas ou cicatrizes”, afirmou, surpreso, o correspondente da BBC em Havana,
Fernando Ravsberg.
O
diário La República, da Espanha, publicou um vídeo com testemunhos dos médicos
que atenderam Yoani um dia após a suposta agressão. Os três especialistas
disseram que ela não tinha nenhuma marca de violência. Diante dos
questionamentos, ela prometeu apresentar fotos e vídeos sobre os ataques. Mas
até hoje não apresentou qualquer prova.
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