Por Alfeu,
do Portal Planalto
Estudo destaca redução da desigualdade e avanços em
saúde e educação
A partir de dados estatísticos, o estudo “Indicadores
de Desenvolvimento Brasileiro” demonstra a relação entre as políticas públicas
brasileiras e a aceleração do desenvolvimento humano no país de 2001 a 2011. “O
país apresentado por Josué de Castro em Geografia da Fome (mostrando que esse
era um fenômeno cultural, impossível de ser revertido) hoje é o país da fome
zero”, afirmou o representante residente no Brasil do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (Pnud/ONU), Jorge Chediek.
O estudo foi realizado pelos ministérios do
Planejamento, Desenvolvimento Social, Educação e Saúde, o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) e o Pnud. “O Brasil é referência mundial no
combate à pobreza e à desigualdade”, diz Chediek, no prefácio do trabalho. “A geração
expressiva de empregos e o aumento dos salários impactam na economia cada vez
mais inclusiva e na ascensão social dos mais pobres”.
Além de destacar a agenda de universalização de
direitos sociais e a inclusão de segmentos populacionais historicamente
excluídos, o estudo avalia que foram importantes as decisões de política
econômica no sentido de fortalecer o mercado interno. Essas ações foram
executadas de forma articulada entre as três esferas de governo e com
participação social. “A realidade não é mais a mesma. O nosso desafio agora é
dar o passo seguinte, as políticas complementares, com o mesmo objetivo, mas
que exigem novas ações”, diz a ministra do Planejamento, Miriam Belchior.
De acordo com a publicação, o crescimento econômico da
última década beneficiou de forma mais significativa a população de renda mais
baixa e contribuiu para reverter a histórica desigualdade regional no país.
Entre 2001 e 2011, a renda dos 20% mais pobres aumentou em ritmo sete vezes
maior do que a dos mais ricos (5,1% ao ano, em média, acima da inflação, ante
0,7%). A renda média domiciliar per capita mensal dos 20% mais pobres passou de
R$ 102 em 2001 para R$ 167 em 2011.
Inclusão - A elevação da renda familiar, em especial
nas regiões mais pobres, levou à redução da extrema pobreza no Brasil. Entre
2001 e 2011, a população com renda domiciliar per capita até US$ 1,25 por dia
recuou de 14% para 4,2%, percentual bem abaixo da meta estipulada pelos Objetivos
de Desenvolvimento do Milênio (12,8%). “Além disso, a renda da população mais
pobre foi se aproximando, em termos relativos, da linha internacional de
pobreza ao longo do período: a distância entre a renda dos mais pobres e a
linha reduziu-se de 6% para 2,3%”.
Na análise das Nações Unidas, esses resultados na
promoção da inclusão social se deram na medida em que os recursos orçamentários
foram dirigidos de forma crescente em políticas sociais. Essa movimentação foi
realizada tanto no fortalecimento da educação, saúde, trabalho, assistência e
seguridade social, como nos programas de transferência de renda, de fomento ao
agricultor familiar, e de garantia à segurança alimentar.
“Outro fator distintivo do período recente é o resgate
da atuação do estado brasileiro como investidor e como indutor do investimento
privado, o que tem permitido a eliminação de gargalos ao desenvolvimento
econômico e social”. Nesse processo, segundo o estudo, o mercado interno, com
consumo e investimento doméstico, tornou-se o principal motor do crescimento
econômico, contribuindo para reforçar, ainda mais, a expansão da renda.
Comentários
Postar um comentário