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A cobertura do apagão nos EUA pela mídia brasileira

Por Flavio Santos Monteiro
Olha como o PIG (Partido da Imprensa Golpista) trata apagão nos Estados Unidos. Para o Globo, apagão nos EUA é panes de energia.
Cerca de 700 mil residências e comércios estão sem energia no Nordeste dos EUA. Mais de 160 mil pessoas ficaram sem luz em Massachusetts, quase 200 mil em Rhode Island e 34 mil em Connecticut. Se fosse no Brasil, a imprensa brasileira chamaria de apagão. Mas lá na terra de Tio Sam apagão é panes de energia. Dói quando rio. Segue notícia publicada no jornal “O Globo”, cujo título da matéria é:
"Forte nevasca nos EUA deixa pelo menos sete mortos e causa panes de energia"
O GLOBO COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
NOVA YORK – A nevasca que pode se tornar a maior da Costa Leste dos EUA nos últimos cem anos chegou com força na região, deixando pelo menos sete pessoas, quatro nos Estados Unidos e outras três no Canadá. Cerca de 700 mil residências e comércios sofrem com a falta de energia. Mais de 160 mil pessoas ficaram sem luz em Massachusetts, quase 200 mil em Rhode Island e 34 mil em Connecticut, de acordo com concessionárias locais. O fenomeno se intensificou no sábado e chegou a 76 centímetros de neve nas proximidades de Boston.

O número de voos cancelados na área, desde o início da nevasca, foi de mais de 5.300. Neste sábado, foram cerca de 2.000 voos, de acordo com o site FlightAware, que acompanha os atrasos. Dois aeroportos internacionais em Boston e Connecticut foram fechados devido às más condições.
A tempestade, com ventos que atingiram 120 km/h, despejou mais de meio metro de neve na área entre Boston e Nova York, lar de quase 25 milhões de pessoas.
De acordo com a Associated Press (AP), sete pessoas morreram desde sexta-feira nos Estados Unidos e no Canadá. Uma das mortes ocorreu em Poughkeepsie, Nova York, quando uma jovem perdeu o controle de seu carro, matando um homem de 74 anos que caminhava sobre a neve. Em Auburn, New Hampshire, um homem morreu ao perder o controle de seu veículo e bater contra uma árvore. Em Connecticut, uma mulher de 81 anos morreu após ser atropelada enquanto removia a neve de sua casa em Prospect.
Em Boston, no estado de Massachusetts, os bombeiros afirmaram que um menino de 11 anos morreu intoxicado por monóxido de carbono enquanto esperava dentro de um carro ligado por seu pai, que removia a neve com uma pá. O exaustor do carro estava coberto pela neve, o que fez com que a fumaça se concentrasse dentro do veículo.
No estado canadense de Ontário, uma mulher de 80 anos desmaiou e morreu enquanto removia a neve de sua casa. Dois homens também morreram em acidentes de carro.
Uma pane atingiu a usina nuclear de Plymouth, em Massachusetts, e fez com que a produção fosse automaticamente desligada e milhares de pessoas ficassem sem energia durante na noite de sexta-feira. Apesar do susto, não houve ameaça de vazamento, segundo autoridades.
O governador de Massachusetts, Deval Patrick, tomou a decisão incomum de proibir todos os carros das estradas do estado a partir de 16h de sexta-feira. Ele se juntou a seus vizinhos, Rhode Island e Connecticut, e declarou estado de emergência. Somente vias expressas, como a interestatal 93, que conecta Massachusetts, New Hampshire e Vermont, registraram circulação neste sábado.
Em Nova York, o prefeito Michael Bloomberg sugeriu que as pessoas relaxem em casa, cozinhando ou assistindo a um filme. Bloomberg disse que planejava recuperar o atraso em seu sono. “Eu acho que é justo dizer que nós tivemos muita sorte”, cjegou a declarar ao jornal The New York Times.

Apesar das previsões de piora, a maior parte dos voos saídos do Brasil ocorreu sem problemas. O voo 9117 da Gol decolou às 14h30m do aeroporto de Guarulhos rumo a Nova York. A TAM informou que dois voos atrasaram. Justamente os que sairiam de Nova York em direção a São Paulo. O de 19h48m passou para 23h30m e o de 19h30m para 22h30m.
A Delta manteve seu voos 121 (NY – Guarulhos) , que saiu às 7h55m do horário local; e 120 (Guarulhos – NY), previsto para às 22h20m em São Paulo.
A American Airlines, por sua vez, cancelou pela manhã o voo 967, que iria para Nova York às 11h20m, mas manteve os demais voos.
Na sexta-feira, após o anúncio da chegada do fenômeno, autoridades de várias cidades ordenaram o fechamento das escolas, americanos lotaram mercados e estocaram alimentos. As saídas de alguns trens foram suspensas e alguns trabalhadores não essenciais do governo foram mandados para casa.
Ainda no começo, a tempestade provocou um engavetamento de 19 veículos no sul do Maine, interrompendo o tráfego em uma rodovia interestadual ao norte de Portland. Não houve feridos em estado grave.
- As condições eram próximas das de uma névoa cerrada, uma espécie de prévia do que virá mais tarde – disse um porta-voz da polícia do Maine, Stephen McCausland.

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