Pular para o conteúdo principal

Neandertais também faziam fogueiras

15 de março de 2011

Os neandertais dominavam com maestria a tecnologia do fogo. Essa é outra conclusão do artigo publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Alexandre Gonçalves - O Estado de S.Paulo

A conclusão surpreendeu os próprios autores do estudo. "Até agora, muitos cientistas pensavam que os neandertais utilizavam ocasionalmente o fogo, mas não recorriam a ele continuamente", afirma Paola Villa, curadora do Museu de História Natural da Universidade do Colorado, em Boulder (EUA). "Não esperávamos encontrar registros de tantos sítios arqueológicos com claras evidências de uso contínuo dessa tecnologia."

Segundo Wil Roebroeks, da Universidade Leiden, o uso mais surpreendente de fogo pelos neandertais foi o observado na produção de uma espécie de cola. Eles aqueciam a casca do tronco de bétulas em furos feitos no chão para evitar a entrada de ar. Surgia então uma substância negra utilizada para unir artefatos de pedra.

Há cerca de 500 mil anos surgiram os primeiros grupos de neandertais na Europa. Com o passar dos séculos, eles chegaram à Ásia. Sua extinção ocorreu há 30 mil anos, de forma quase concomitante às primeiras migrações de homens modernos da África para a Europa, há 40 mil anos.

Os seres humanos atuais carregam um pequeno porcentual de DNA neandertal, provavelmente associado a cruzamentos entre as duas espécies.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Por que a luta por liberdade acadêmica é a luta pela democracia

Por Judith Butler Muitos acadêmicos se encontram sujeitos à censura, à prisão e ao exílio. Perderam seus cargos e se preocupam se algum dia poderão dar continuidade às suas pesquisas e aulas. Foram privados de seus cargos por causa de suas posições políticas, ou às vezes, por pontos de vista que supõem que tenham ou que lhes é atribuído, mas que não eles não têm. Perderam também a carreira. Pode-se perder um cargo acadêmico por várias razões, mas aqueles que são forçados a deixar seu país e seu cargo de trabalho perdem também sua comunidade de pertencimento. Uma carreira profissional representa um histórico acumulado de uma vida de pesquisa, com um propósito e um compromisso. Uma pessoa pensa e estuda de determinada maneira, se dedica a uma linha de pesquisa e a uma comunidade de interlocutores e colaboradores. Um cargo em um departamento de uma universidade possibilita a busca por uma vocação; oferece o suporte essencial para escrever, ensinar e pesquisar; paga o salário que lib

54 museus virtuais para você visitar

American Museum of Natural History ; My studios ; Museu Virtual Gentileza ;

O mundo como fábula, como perversidade e como possibilidade: Introdução geral do livro "Por uma outra globalização" de Milton Santos

Por Milton Santos Vivemos num mundo confuso e confusamente percebido. Haveria nisto um paradoxo pedindo uma explicação? De um lado, é abusivamente mencionado o extraordinário progresso das ciências e das técnicas, das quais um dos frutos são os novos materiais artificiais que autorizam a precisão e a intencionalidade. De outro lado, há, também, referência obrigatória à aceleração contemporânea e todas as vertigens que cria, a começar pela própria velocidade. Todos esses, porém, são dados de um mun­do físico fabricado pelo homem, cuja utilização, aliás, permite que o mundo se torne esse mundo confuso e confusamente percebido. Explicações mecanicistas são, todavia, insuficientes. É a maneira como, sobre essa base material, se produz a história humana que é a verdadeira responsável pela criação da torre de babel em que vive a nossa era globalizada. Quando tudo permite imaginar que se tornou possível a criação de um mundo veraz, o que é imposto aos espíritos é um mundo de fabulações, q