RESTABELECENDO A VERDADE
Com relação ao vídeo veiculado na mídia, no qual fui alvo de ilegal gravação pelo jornalista Eleandro Passaia, tenho a esclarecer o quanto segue:
- A gravação foi editada e, por isso mesmo, o seu conteúdo não traduz a conclusão apresentada. A análise demonstra que, na edição, tentou-se incriminar minha fala, com o intuito de comprometer minha relação com os Senhores Deputados e com dirigentes dos demais Poderes e com o Ministério Público.
- Ao conversar com Eleandro Passaia, falava com uma pessoa de absoluta e irrestrita confiança do Prefeito de Dourados, Ari Valdecir Artuzi, que se mostrava preocupado com a situação deste e pedia minha colaboração para definir o futuro e os destinos da administração do Município. Confesso que busquei tranquilizar meu interlocutor de toda forma, procurando demonstrar-lhe força e poder para resolver problemas e que ajudaria o Prefeito.
- Jamais, porém, quis colocar em risco a honra ou a idoneidade de qualquer pessoa ou autoridade, até porque acreditava que estava tendo uma conversa privada e reservada com pessoa de extrema confiança e que queria ajudar o amigo e chefe Ari Valdecir Artuzi. Jamais cometi qualquer crime ou desviei qualquer centavo da Assembleia Legislativa, assim como repassei qualquer numerário de forma irregular para qualquer Poder, pessoa ou autoridade.
- Os repasses a que me referi na gravação, de R$ 300.000,00 para o Ministério Público e de R$ 900.000,00 para o Poder Judiciário, são os valores aproximados que estes obtiveram a mais por força da intervenção dos Deputados, junto ao Governador do Estado, para que este, dadas as necessidades do Estado, reduzisse o duodécimo em maior parte da Assembleia Legislativa e em menor do Judiciário e do Ministério Público. A redução do duodécimo do Legislativo foi da ordem de 21,875%, enquanto que do Judiciário foi de apenas 7,82736% e do Ministério Público 5,48%. Como a maior redução foi da Assembleia, exatamente para beneficiar os demais, senti-me o grande articulador da ajuda, motivo pelo qual falei como se tivesse repassado algum valor.
- Evidente que quem repassa os valores do duodécimo aos poderes e órgãos é o Poder Executivo e não a Assembleia. Esta não repassa valores para o Ministério Público ou para o Poder Judiciário. Jamais paguei qualquer valor a qualquer autoridade. Ocorre que, para mostrar força e impressionar o meu interlocutor, referi-me aos valores como se partissem da Assembleia.
- Quando me referi à devolução de dinheiro para o André, na verdade quis dizer ao Governo do Estado, na ordem de R$ 2.000.000,00 e de R$ 6.000.000,00, é evidente — e não deixa margem a dúvidas — que reafirmei o que tem sido divulgado a todo instante durante a campanha eleitoral, de que com a redução do duodécimo em 21,875% e com as economias levadas a efeito pela Assembleia Legislativa e pelos Senhores Deputados Estaduais. A cada mês o Legislativo estadual gasta menos e com isso possibilita a redução do duodécimo e a devolução de valores repassados pelo Estado e não utilizados, beneficiando os demais Poderes e órgãos. Jamais a Assembleia ou os Deputados repassaram qualquer valor irregular ao Governador do Estado, no sentido que se quis dar ao que foi veiculado no vídeo.
- Reafirmo a forma cortês, lhana e independente que o Governador trata a Assembleia Legislativa, assim como que toda a relação e o diálogo mantidos são sempre de autoridade e em nome dos Poderes.
- No que toca à referência feita ao Desembargador Claudionor Miguel Abss Duarte, esclareço que com ele estive tão somente para saber se era verdade que fora feito outro pedido de prisão contra o Prefeito de Dourados pelo Ministério Público estadual, ao que este negou, informando-me que colocaria em julgamento, em breve, a denúncia do Ministério Público, para ser recebida ou não.
- No dia 21/7/2010 referido Desembargador levou a julgamento a denúncia nos autos da Ação Penal n. 2010.025786-8 e a recebeu, o que demonstra que não houve qualquer benefício ao Prefeito, por parte do Desembargador ou de qualquer outra autoridade do Estado ou do Tribunal de Justiça.
- Por ocasião do pedido de prisão formulado na primeira operação policial em que o Prefeito se envolveu, não estive com o Desembargador Claudionor, nem com ele ou com qualquer pessoa tratei a respeito, até porque quando o assunto veio ao público a questão já havia sido decidida pelo Tribunal.
- Reafirmo publicamente que nutro profundo respeito e admiração pelo Desembargador Claudionor Miguel Abss Duarte, a quem considero um excepcional homem público, tido como um dos mais brilhantes Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado, pelo seu notório saber jurídico e pela postura e rapidez com que julga todas as questões colocadas sob a sua relatoria.
- Jamais exerci qualquer influência junto ao Ministério Público estadual, sobretudo à pessoa do ex-Procurador-Geral de Justiça Miguel Vieira da Silva, em favor do Prefeito Municipal de Dourados, tanto que na primeira operação policial o Ministério Público requereu a busca e apreensão de bens e documentos, a prisão e o afastamento dele, tendo ofertado denúncia. Na segunda operação as mesmas providências foram adotadas, o que demonstra que o órgão ministerial agiu com total zelo pela aplicação da lei penal, sem qualquer ingerência da minha parte ou de qualquer pessoa.
- Quanto à afirmação de que cada Deputado Estadual receberia R$ 120.000,00 por mês, evidente que quis referir-me ao valor total do custo do gabinete de cada um, considerando os subsídios, as verbas de gabinete e indenizatória e a remuneração dos servidores diretamente relacionados a cada Deputado.
- Registro que o diálogo mantido com Eleandro Passaia teve por objetivo de sua parte - supunha eu - ajudar ao seu chefe Prefeito Ari Artuzi; da minha, influenciar um assessor próximo e de confiança deste para tentar obter o seu apoio nas eleições próximas, razão de procurar evidenciar força.
Reafirmo meu compromisso com a democracia e a independência dos poderes, que defendi ao longo de toda a minha vida pública, nos seis mandatos de Deputado Estadual e um de Vice-Governador, que jamais foi manchada por qualquer ato ímprobo ou que colocasse em dúvida minha honradez e lealdade ao Estado ou às autoridades constituídas, a quem, reitero, nutro profundo e total respeito.
Campo Grande, MS, 22 de setembro de 2010.
Ary Rigo
Deputado Estadual
Comentários
Postar um comentário