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Mostrando postagens de maio, 2013

FHC e seu “jeitinho”: faz bem não esquecer

Por Altamiro Borges Nas três últimas eleições presidenciais, o PSDB fez de tudo para esconder o rejeitado FHC. Ele sumiu dos palanques e quase foi rifado nos programas de rádio e tevê. O truque covarde não deu certo e, agora, o partido resolveu ressuscitar o ex-presidente. A nova propaganda estadual da legenda em São Paulo teve novamente como estrela o “guru” dos tucanos. Azar da sigla! Arrogante, FHC se jactou do seu triste reinado, disse que a marca do seu governo foi a honestidade e disparou: “[Com o PSDB] não tem jeitinho, tem trabalho”. Já que ele voltou a tagarelar sobre honestidade, não custa lembrar as inúmeras maracutaias dos seus oitos anos de governo. Os casos citados ilustram bem qual é o “jeitinho” do PSDB, que a mídia demotucana insiste em blindar. Denúncias abafadas : Já no início do seu primeiro mandato, em 19 de janeiro de 1995, FHC fincou o marco que mostraria a sua conivência com a corrupção. Ele extinguiu, por decreto, a Comissão Especial de Investigação, cr

A escravidão ainda não acabou

Por Jacy Afonso A música de Eduardo Dusek denuncia de forma satírica, ácida e verdadeira o tratamento dado às empregadas e aos empregados domésticos no Brasil. Juntam-se a esses versos frases do tipo: "Ela é considerada da família"; "Veio do interior para morar conosco e agora tem teto e comida"; "Ela até estuda à noite". Essa maneira de ver as pessoas que prestam seus serviços em casas de família, cuidando de crianças, fazendo limpeza, lavando e passando roupas, mantendo lindos jardins, cuidando de piscinas, é histórica. Já em 1933, Gilberto Freire, em seu livro Casa-Grande e Senzala, avalia a formação da sociedade brasileira a partir da organização das propriedades escravagistas. O patriarca da terra era dono de tudo, incluídos os escravos. E essa maneira de pensar e agir chega aos nossos tempos, expressando-se nas relações capitalistas da sociedade brasileira, especialmente nas estabelecidas entre patroas e empregadas domésticas. Não é coincidênci

O velho debate da desindustrialização

Por Wladimir Pomar O pedido de demissão do secretário-executivo do ministério da fazenda do governo Dilma, Nelson Barbosa, gerou uma série de especulações políticas, em especial naquele setor que é especialista na especulação financeira. Independentemente delas, porém, o que mais impressiona é que, sorrateiramente, ela trouxe à tona um velho debate, que parecia superado, relacionado com o papel da indústria. O economista Pedro Cavalcanti Ferreira foi explícito. Para ele, o governo estaria desmontando as reformas da época da liberalização comercial, com medidas que fecham a economia e afetam a produtividade da indústria. A política de escolha de setores, via direcionamento do crédito do BNDES, estaria criando ineficiências na economia porque a escolha de vencedores nunca funcionou. Além disso, a indústria no Brasil não chegaria a 20% do PIB, porque já seríamos uma economia de serviços e nossa economia será cada vez mais de serviços. Ou seja, aproveitou uma discussão em curso sob

Consumo de energia aumenta 1,6% em abril

Por Tatiane Correia Jornal GGN - O consumo nacional de energia elétrica durante o mês de abril chegou a 38.589 gigawatts-hora (GWh), 1,6% acima do registrado no mesmo mês de 2012, segundo levantamento divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia. O consumo total subiu 2,9% em 12 meses, com destaque para a expansão de 5,6% registrada pelo mercado livre. Na avaliação setorial, o consumo industrial manteve o mesmo patamar de consumo visto em abril de 2012, pouco acima dos 15 mil GWh. Segundo o levantamento, os dados refletiram o comportamento do parque fabril do país, embora o setor tenha começado a apresentar alguns "sinais de vitalidade". Pelo menos é o que sugere o crescimento de 2,1% na série dessazonalizada, na comparação entre abril e março. A série sem variação sazonal permite a comparação com o mês anterior, o resultado de abril atingiu seu maior patamar desde fevereiro de 2012. Contudo, ainda parece cedo para que o

Desemprego da eurozona volta a subir em abril e alcança 12,2%6

Por EFE O desemprego na zona do euro subiu um décimo em abril com relação ao mês precedente e alcançou um novo recorde histórico, de 12,2%, informou nesta sexta-feira o escritório comunitário de estatísticas, Eurostat. No conjunto da União Europeia (UE) o indicador se manteve estável no índice recorde de 11%, enquanto a Espanha registrou uma alta de um décimo e chegou a 26,8%. Estas novas altas ocorrem depois que as taxas da zona do euro e da UE avançaram um décimo em março, até 12,1% e 11%, respectivamente; e a da Espanha registrou uma alta de dois décimos, até 26,7%. Grécia (27%, segundo dados de fevereiro), Espanha (26,8%) e Portugal (17,8%) foram os países com maiores taxas de desemprego, enquanto Áustria (4,9%), Alemanha (5,4%) e Luxemburgo (5,6%) tiveram os índices mais baixos. A Eurostat destacou que o desemprego aumentou "significativamente" em comparação com abril do ano anterior, quando a taxa se situava em 11,2% na zona do euro e em 10,3% entre os 27 memb

O futuro chegou: ONU questiona uso de 'robôs assassinos' em guerras

Por BBC Brasil A ONU (Organização das Nações Unidas) está preocupada com o desenvolvimento dos robôs LARs (Robôs Autônomos Letais, na sigla em inglês) que tem autonomia de decidir quem ou o que destruir -- ao contrário dos "drones", por exemplo, os aviões não tripulados usados pelos EUA nos Afeganistão, que respondem a comando humano BBC A Organização das Nações Unidas (ONU) está preocupada com o desenvolvimento dos robôs LARs (Robôs Autônomos Letais, na sigla em inglês) que tem autonomia de decidir quem ou o que destruir. ONU questiona se pode um robô fazer a distinção entre alvos militares e civis Pode um robô fazer a distinção entre alvos militares e civis? Entre soldados lutando e os que querem se render? Quem será responsabilizado por erros, já que robôs não podem ser julgados por crimes de guerra? Essas são algumas das questões que estão sendo levantadas pela organização, que propõe uma moratória no desenvolvimento desse tipo de armamentos, uma nova geraç

Os recursos do Pré-Sal para a educação

Por Otaviano Helene Considerando os valores previstos no Fundeb para 2013, estados e municípios aplicarão, na educação básica, cerca de R$ 200 a R$ 250 por mês por aluno. Com tais valores, é, evidentemente, impossível fornecer educação de qualidade. Essa falta de recursos leva a uma combinação de problemas que incluem remunerações muito baixas para os trabalhadores do setor, salas superlotadas, poucas horas de permanência dos estudantes nas escolas, muitas “aulas vagas”, ausência de bibliotecas e laboratórios, impossibilidade de responder às necessidades específicas dos alunos que as exigem, entre muitos outros. Os resultados desse subinvestimento são óbvios: professores com péssimas condições de trabalho, desvalorização das profissões ligadas à educação, estudantes com baixo desempenho, alta evasão escolar, não formação dos profissionais de que precisamos, entre vários outros. Precisamos, e urgentemente, de mais recursos para a educação pública. Assim, deveríamos ver com bons

Caso Bolsa Família é desvendado

Por Eduardo Guimarães Todos têm direito a ter qualquer opinião sobre qualquer coisa. E se o que pensamos sobre qualquer assunto não for injurioso, difamatório, calunioso ou preconceituoso contra pessoas ou instituições, temos o direito de difundir publicamente. Só não temos o direito de apresentar nossas convicções como fatos. Fazer isso é trapaça, pura e simplesmente. Este Blog, por exemplo, julga que difundir um boato sobre extinção do Bolsa Família não poderia interessar ao governo federal, mas interessaria à oposição. E pensa, também, que a antecipação do pagamento do benefício pela Caixa Econômica Federal não poderia fazer os beneficiários concluírem, autonomamente, que isso significaria a extinção do programa social. Os beneficiários do Bolsa Família somam 13 milhões de famílias, ou cerca de 50 milhões de pessoas. Estima-se que metade desse contingente – pais e a mães dessas famílias beneficiadas –, vota. A mera suspeita de que o governo Dilma iria extinguir o programa po

Juro alto, crescimento baixo

Por Paulo Moreira Leite Em abril, quando o Banco Central debatia a necessidade de elevar a taxa de juros, escrevi aqui neste espaço. Permita-me recordar alguns parágrafos: “Derrotados em agosto de 2011, quando o Banco Central jogou os juros para baixo, nossos rentistas não se conformam. Possuem um exército de analistas e consultores em militância permanente para a reabertura do cassino financeiro. Nos últimos meses, o grande empresariado obteve mais do que imaginava. O governo desonerou a folha de pagamentos. Baixou a conta de luz para consumidores e empresas. Abriu concessões generosas à iniciativa privada na área de infraestrutura. O saldo é um crescimento econômico, sob novas bases, em torno de 3% e 4%. Não é muito, mas pode ser um bom começo. A questão central do processo é e sempre foi o juro baixo. O consumidor precisa dele para ir às compras. O empresário também conta com isso para novos investimentos. A certeza do dinheiro barato estimula o crescimento. A incerteza

A atualidade dos textos de Marx

Por Jean Salem * Nos nossos dias a atmosfera de mercantilização generalizada dos objectos e dos seres humanos facilita-nos mais uma vez a compreensão imediata do texto do Manifesto. Definitivamente, há muitas coisas que poderemos encontrar em Marx adaptando-as, claro está, à nossa própria época. Por isso é que o marxismo se mantém, como filosofia, inultrapassável do nosso tempo. Marx, mais actual que nunca 1. Marx não é apenas um «clássico» do pensamento filosófico. Estou convencido que Marx é hoje mais contemporâneo para nós do que era há trinta ou quarenta anos! Tomemos, por exemplo, o Manifesto do Partido Comunista. Lembro-me de, quando o lia pela primeira vez, ir perguntar ao meu pai: que significa essa «concorrência» entre operários que os autores falam em várias ocasiões? A concorrência entre capitalistas, a concorrência mesmo no seio da burguesia, isso era na verdade evidente; mas a possibilidade de que existisse uma concorrência entre trabalhadores não parecia tão evide