Segue um relato do Físico Richard P. Feynman (1918-1988), extraído de seu livro de memórias “Deve ser Brincadeira, Sr. Feynman!”, publicado pela Editora Universidade de Brasília, em co-edição com a Imprensa Oficial do Estado de S. Paulo. No Brasil, pensei, a princípio, que faria minhas palestras em inglês, mas percebi uma coisa: quando os estudantes explicavam algo para mim em português, eu não entendia muito bem, apesar de saber um pouco de português. Não ficava muito claro para mim se eles estavam dizendo “aumento” ou “diminuição”, ou “não aumentar”, ou “não diminuir”, ou “diminuir vagarosamente”. Mas quando lutavam com o inglês, eles diziam: “ahp” ou “doon”, e eu sabia como era, apesar da pronúncia ser ruim e a gramática toda bagunçada. Aí descobri que, se quisesse conversar com eles e tentar ensiná-los, seria melhor eu falar em português, mesmo sendo precário como era. Seria mais fácil para eles entenderem. Na primeira vez que estive no Brasil, por seis meses, fui convidado a fazer